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Mostrando postagens de setembro, 2019

Ode à alegria

Um acorde dissonante rasga as trevas do coração, uma luz inesperada revela formas desconhecidas, e o que outrora parecia ser o fim de um mundo seguro e confortável revela-se como o indício de uma primavera interior. Estamos diante do esfacelamento do real. Algo se quebrou, não há mais como voltar atrás! Angústia, caos, isolamento, um grito de desespero; amor, ternura, solicitude, um ato de verdadeira transfiguração. Alquimicamente, sem que percebamos, o ciclo da vida se renova; não somos mais os mesmos, a vida não é mais a mesma, mas temos em mãos outra paleta de cores. (O real nunca é o real-real, mas sim o real filtrado, adornado, transubstanciado.)

Dia após dia

Eu gostaria muito que você fosse a minha última ilusão, mas acho que repetirei a dose outras vezes, infelizmente. Não há saída; qual marimbondo atraído pelas chamas, volto a cometer os mesmos erros, incorrer nos mesmos vícios. Estou preso em uma armadilha, em um labirinto infindável, e olho para todos os lados e não vejo nada, ou talvez eu só enxergue mesmo aquilo que desejo muito ver. Não acredito mais em minhas próprias palavras, duvido de meus sentimentos mais íntimos e confesso, por fim, uma ignorância total sobre mim mesmo. A rosa cortada murcha lentamente em um belo vaso na mesinha de canto, e o sol, com sua indiferença costumeira, nasce mais uma vez. 

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