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Mostrando postagens com o rótulo Devaneio

Ócio de Verão

No silêncio da tarde, o sol a pôr-se no horizonte, eu me deleito no mistério vespertino e flutuo entre agridoces sensações.   O ar está carregado do perfume de flores tardias, e o céu, um alaranjado hipnótico, é um prelúdio para a dança.   Neste ócio de verão, eu me perco em devaneios, e o tempo, um rio moroso, me leva para sítios esquecidos.   Uma brisa sopra suavemente, e eu sinto o meu coração estremecer; o mundo, um lugar distante, e eu, um sonho que se expande.   Inefavelmente, não há nada mais que eu precise além de tua presença, teu convite.

Petrichor

Cheiro de terra molhada, de café bem quentinho, de uma vida bem vivida, de ternos e tenros amores. *** Paixões que não se explicam, como flores que apenas desabrocham, secretamente, no bosque dos afetos inconfessos. *** E caminho descalço, sem nenhuma pressa, de volta ao meu lar, sabendo que vicejante é o desejo que nos conduz até a serena idade.

A Busca

O horizonte além do horizonte; busco aquilo que de mim se esconde.   Não há nada que eu não deseje, mesmo que esteja longe, mesmo que seja inalcançável.   Sei que sou um prisioneiro do Tempo, um refém das adversidades, mas algo me diz, sussurrantemente, que meus grilhões são apenas pretextos, desculpas esfarrapadas para coisas que ainda não posso e nem quero entender.   Por isso, faço barulho e falo amenidades, mas, mesmo com tal falta de franqueza, sigo a minha sina, tendo um novo desejo a cada nova esquina.

Primavera

Tens o aroma amadeirado da paixão, o sabor adocicado de uma carícia de primavera e o brilho inconteste do amor.   És um retrato em chamas na estante. És o vento e o tempo agindo em mim.   À deriva, perdido em pensamentos, contemplo tua geografia; és meu bálsamo e meu encanto, meu devaneio e minha poesia.

Multiverso

Universos paralelos em um mesmo universo Retas que nunca se cruzam Crianças do Silêncio Loucura e ressentimento As palavras dos profetas da banalidade O Verso e o Reverso A chegada de Andrômeda Cacofonia e estática O seu vestido branco Sonhos elétricos Desencontros

Poética & Imagética

Estrelas em meus olhos, lágrimas nas montanhas e verdades entrecortadas.   Perdido em um cômodo, esquecido, resquícios de uma ansiedade que nunca se desfaz.   Despenco de um desfiladeiro rumo às pedras afiadas da solidão e então flutuo docemente por sobre o jardim das gentis reminiscências.   Nada importa. Nada.   É uma agridoce sensação: uma leveza insustentável, naufrágios adormecidos, fogo que acalma.

Canteiros

Eras tu ontem – não poderia ser mais ninguém –, seguindo os meus passos, revolucionando a minha realidade. *** Estás nos devaneios que tenho, nos pobres versos que aqui despejo, nas alamedas e canteiros do meu labiríntico coração. Vejo-te em tudo, mas nunca diretamente, nunca tête-à-tête. *** És a folha ao vento no outono, o canto da ave liberta na primavera, o brilho de um olhar que transcende qualquer estação. És ritmo, passagem, tempo: aurora e crepúsculo. som e silêncio.

Um pouco mais de poesia

A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vontade de fazer diferente, de não ser como toda essa gente que só faz o que é preciso. Está mais do que na hora de vivenciar a poesia, esta  linda ave canora , à luz do dia a dia. E para além das palavras, um aroma doce e suave, uma canção sempiterna e um desejo de encontro.

Iridescentes Devaneios

Num rio que corre ao luar, uma canção que jamais será ouvida. Quando fecho os olhos, iridescentes devaneios colorem toda a gris existência. O Condor voa acima dos ciprestes, vales e montanhas, perpassa com leveza o que antes era sofrimento e morte. Reescrevo os próximos capítulos, desfaço a hermenêutica vigente e me descalço para seguir em frente. Na dourada e sangrenta estrada de tijolos esquecidos, ergo minha voz e canto: amor, miséria e pranto.  

Portões do Céu

Em um campo de girassóis, eu vejo fogo, unicórnios, guerra e morte, vejo a minha casa e a minha sorte, vejo você vindo ao meu encontro e depois desaparecendo. Tudo o que eu preciso está ali. Tudo o que quero e não quero também. Um mar de insanidades e obscenidades, um céu de prazeres e um inferno de loucuras. Sinto que estou vivo, e meu coração bate descompassadamente. Só peço que você, com ternura, sem pudor,  fique aqui comigo um pouco mais.

Firmamento sem estrelas

Quando eu fico algum tempo sem te ver, sem conversar contigo, por mínimo que seja, sinto como se as estrelas do céu noturno me fugissem, como se o mar não fosse mais habitado por uma multidão multiforme de organismos coloridos. Tu és o tudo que preenche o meu nada. Tu és o porto seguro, o sorriso, na lúgubre madrugada. Devaneio agora... Onde está o meu celular? Qual era mesmo o livro que eu estava lendo? Bem, sonho mais uma vez acordado, e vejo em mim uma miríade de mundos outros, de infinitas possibilidades, de glórias esquecidas... Vejo o que não posso ver, sinto aquilo que não se sente, e fico perdido, cansado, renitente. Percebo no céu a estrela d'alva e, como sempre, penso em ti.

Sentimentos e Devaneios

Eu te vejo tão raramente, mas, mesmo assim, em sentimento, tenho-te sempre aqui comigo. Numa noite estrelada, penso em ti. Faça chuva, faça sol, penso em ti. Penso, mas sem racionalizar, sem fazer disso um ato automático e dirigido. Penso, pois, sentindo, e sinto sem pensar. Perco-me em devaneios, mergulho em sonhos apressados, e depois, buscando encontrar-me, vejo-te novamente vindo ao meu encontro.

Imaginação

Dinossauros no jardim Múmia debaixo da cama Rios de chocolate Luas de diamante Lucíola no céu Viajantes do tempo Insetos gigantes Robôs entediados Crescente fértil Olhos atentos a tudo Aprendizagens

Graceful

Graciosa, efusiva, mas sem nenhuma temperança! Sobre a relva, perdida em devaneios, és o que és: mistério que não cansa. Definir-te não posso – não seria de bom senso; talvez me falte talento, ousadia, constância... Vejo que estás mais uma vez sonhando acordada, voando acima de prados verdejantes, buscando ser novamente aquilo que não era antes. Não sei mais o que faço para bem te retratar; melhor deixar que o rio corra, como sempre, para o mar.

Devaneio

No devaneio constante em que me abrigo, eu edifico um mundo sem suplícios, distante de todo ódio, rancor e vícios, na busca incessante de um ombro amigo. Eu sei que a vida não é feita de idílios, e que o nosso caminho é um tanto amargo, com tantos sofrimentos que agora trago. Porém, vejo, entre as trevas, florescer os lírios. Sinto a vida em todo seu esplendor e encanto, vislumbro a luz de um novo amanhecer, irradiando o sorriso que desfaz o pranto. E neste espetáculo consigo entrever um final diferente para este canto: o amor transformando todo o nosso ser.

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