Deuses acima e abaixo mistérios por toda parte infernos pessoais Colho um fruto da árvore do não-saber, deleito-me na vacuidade de fátuos prazeres, e acabo, por fim, vagando exausto em busca de algo que jamais terei. Oh, Beleza , transitória e imutável, que me fazes perder o chão, eis-me aqui tremendo feito um homem-menino que nunca sabe dizer não. Insatisfeito, rarefeito, diluído em uma poça oceânica, jogado aos pés do ocaso e do descaso; preso, acorrentado, sujo e ensanguentado; vivo, triste e contente, olhando o firmamento desolado.
Autor: Fulvio Denofre