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Casa vazia

É o fim. É o fim de tudo, eu sei.

Quando eu voltar, você não estará mais lá;

casa vazia, coração em pranto,

e nas mãos o açoite da realidade.

Eu me arrastarei por entre cômodos e incômodos,

calado, ouvindo palavras que você nunca disse,

tentando, em vão, me iludir.

Nas estantes, livros cheios de traços e traças;

nas paredes, fotografias em preto e branco.

As gavetas estarão vazias,

a cama estará desarrumada,

minha vida, desaprumada.

O tempo começará a desmoronar,

e eu me sentirei despatriado,

perdido dentro de mim,

caminhando rumo a lugar nenhum.




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Relicário

Palavras ao vento, perdidas no tempo; resquícios e relíquias de almas que não se encontram, de vidas que não se cruzam. Palavras de desalento e desencanto, ferinas, amargas, sinônimas de cicatriz, dor e pranto. Palavras sussurradas ao pé do ouvido, com carinho e cuidado, que reverberam nos sedentos corações. Palavras secretas, inconfessáveis, guardadas a sete chaves. Palavras de gratidão e prece, inaudíveis, transcendentes. Palavras e seus significados semânticos e românticos. Palavras: Caos e Silêncio.