Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Flores que nascem nas criptas do desespero,

águas que escorrem pelos pântanos da morte,

ventos que não trazem nada de auspicioso.

 

Me mostre como cair no entorpecimento,

como desaparecer em você,

como deixar de ser.

 

Verdades ditas a mesmo,

laços rompidos,

estranhas histórias de amor.

 

Em minhas mãos, flores murchas de Maio.

No horizonte, o beijo suave do Tempo.




março 11, 2023 No Comments

Deuses que podemos tocar,

mundos que podemos ver,

imperfeições que nos fazem humanos:

tudo parte da comédia divina e mundana do cotidiano.

Sou um pagão, um herege,

caminhando entre lobos,

entre criaturas que dançam no escuro.

Para além do dionisíaco e do apolíneo,

do sagrado e do profano,

um senso de que só a impermanência realmente permanece,

de que o nosso tempo está se esgotando.

Prazeres secretos, curas para aquilo que não há cura, sonhos que mais parecem pesadelos;

sucessão absurda, poema pretérito.




abril 21, 2022 No Comments

Eu canto

um canto triste,

cheio de saudade.

Não tenho um cantinho que seja só meu

nem mesmo tenho um violão;

só o que me resta são os meus versos.

***

Carrego comigo um sentimento sem nome,

um aperto, um descontentamento,

uma devoção perpétua aos Filósofos e Poetas nascidos para cantar a tragédia da condição humana.

***

Eu desafino ao ver o sonho dilacerado,

desafino ao sentir a relva molhada,

o musgo frio, a lua, o abismo, o Nada.

***

Palpitações, euforia, desejo, loucura e estranhamento;

efêmeros cânticos que me levam à eternidade.




dezembro 04, 2021 No Comments

Stradivarius, Fabergé

eu e você

Ultraviolência

nascidos para morrer

Um coração selvagem

ecos de uma tristeza profunda

 

No verão, sob um céu azul imenso,

vejo rastros de aviões perdidos,

trilhas de condensação que me revelam

a evanescente concretude do mundo.

 

Cinzas, Amor, Arte... da ilusão

um desejo insano pela vida

Paraíso, Sol, pó da Estrada

caminhos incertos que me destroem  

A migração dos flamingos

natureza incongruente das coisas

E uma antiga canção

você e eu




novembro 21, 2021 No Comments

Rosas desvairadas,

crisântemos tristonhos,

lírios orgulhosos,

gerânios obstinados;

sim, o teu jardim tem muitas flores.

***

Por alamedas bem cuidadas,

por campos de amoras silvestres,

vou djavaneando o meu amor,

desaguando o que sinto

no oceano sem fim da insensatez,

cantando as glórias de um céu azulzinho,

de uma correnteza lilás e outras cores.

***

Vejo uma semente crescer no meu coração,

pressinto no ar, mesmo neste dia frio,

uma força singela, coisa mais bela:

uma vida ao teu lado cheia de novos sabores.




junho 12, 2021 No Comments

(Para Rebecca Nora Bunch)

 

Apaixonar-se após uma única canção;

tocar, com uma dança coreografada,

um sapateado, um dueto, a alma;

sentir-se em uníssono com a música;

estremecer a cada acorde;

sentir os dedos suaves da beleza,

sem um propósito racional,

deslizar por todo o corpo;

vibrar com a batida rítmica da vida.

 

Vibratos, arranjos e emoções: molto vivace!

E tanta gente que não gosta só porque é “tudo cantadinho”.




dezembro 25, 2020 No Comments
Explosão de cores, sons e sensações:
algo aconteceu em mim.
Não me sinto mais o mesmo;
o espelho reflete uma estranha imagem.
Estou perdendo o controle,
não consigo mais resistir,
está reascendendo em mim uma antiga flama.
A desordem, infelizmente, está posta.
Eu bem sei que corro um grande risco;
tudo tem o seu custo na vida.
E, mesmo assim, lá vou eu de novo!
Mamma Mia!


abril 26, 2020 No Comments
Ouço uma música, e a ouço novamente, e novamente... O ritmo não sai da minha cabeça, e a letra está sempre nos meus lábios. Não sei explicar; apenas a ouço mais uma vez. Todos os meus sentidos estão naquela melodia. Não penso, só vibro. Tento esgotar totalmente a canção, vivê-la com a maior intensidade possível. De repente, sem que eu perceba bem o porquê, passo a cantarolar outra música totalmente diferente, e nem me recordo mais qual era a música que cantava antes.


março 16, 2019 No Comments
Ouço Roupa Nova e fico adocicado da cabeça aos pés!
Lembro, então, de um fio de cabelo comprido;
sei que você não está mais aqui,
sei também que não consigo esquecer aquele dia, aquele adeus.
Antiquado que sou,
mexo outra vez no dial.
“The time of my life”
Eu nunca dançarei novamente... (Será mesmo!?)
“She's like the wind"
Como é difícil conseguir uma boa sintonia hoje em dia!
“Everybody hurts”
Desligo o rádio. 


janeiro 24, 2019 No Comments
O que é que isso estou sentindo agora?
Será que estou sonhando novamente?
Se for mesmo aquilo que imagino,
não quero saber porque, como ou quando,
quero apenas que você me ensine o que é o amor.
***
Livres de todo sinal de Wi-Fi
num mundo sem tablets ou smartphones
ouvindo uma canção no rádio
“Time After Time”
colocando para tocar um fita cassete
um vinil lustroso...
***
Um tempo colorido
um passado não esquecido
memórias de um tempo em que garotas
e também garotos
só queriam se divertir.


março 28, 2016 No Comments
Oh, Edith, não, eu não me arrependo de nada.
A vida, esta belle chanson, fugidia e efêmera,
não deve ser preenchida por lamentos
daquilo que poderia ter sido e não foi.
A hora da estrela sempre chega um dia...
Melhor olvidar as mágoas,
viver plenamente, sem histeria.
Nem tudo podemos consertar.
O Destino é cego.
C'est la vie!


dezembro 11, 2015 No Comments
Eu sou a Letra, você é a Melodia.
A nossa história é uma música
que não consta dos grandes hits;
a única maneira de sintonizá-la
é através das ondas do coração.
***
O nosso amor está guardado eternamente
no silêncio das palavras que nunca foram ditas,
na reciprocidade de toda uma vida
e na certeza de que nunca estaremos sós,
pois sempre teremos um ao outro.
***


julho 20, 2010 No Comments
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