Toda palavra costuma ter um sentido, um significado — mas não para nós, pelo menos não de início, quando a ouvimos pela primeira vez. É com o tempo, com seu uso contínuo, que passamos a nos acostumar a ela, a nos afeiçoar e a fazer dela uma amiga fiel do nosso vocabulário. Da estranheza, chegamos à familiaridade. E, muitas vezes, como comumente acontece, até ao amor.
Tudo é tão estranho: a vida e seus mistérios, o amor e toda a dor, estar aqui e não mais te ver. Tudo é tão mágico e, ao mesmo tempo, inquietante. E tudo muda tão rapidamente... Não sei se grito ou me calo, se deito ou me levanto. Sei que canto, sozinho, no meu cantinho, e o que sai da minha boca é quase um murmúrio, um sussurro ritmado.