Tudo é tão estranho: a vida e seus mistérios, o amor e toda a dor, estar aqui e não mais te ver. Tudo é tão mágico e, ao mesmo tempo, inquietante. E tudo muda tão rapidamente... Não sei se grito ou me calo, se deito ou me levanto. Sei que canto, sozinho, no meu cantinho, e o que sai da minha boca é quase um murmúrio, um sussurro ritmado.
Invólucro, carapaça, casca; o que há por baixo, aquilo que inspira, (respira), aquilo que é, não há quem — por mais que tente — toque, veja, sinta, alcance. Mistério escondido à vista de todos; melodia inefável e silenciosa; flor que nasce, cresce e fenece em meio à floresta intocada, sem que ninguém saiba. Sopro, névoa, revoada… Luz que não se vê; segredos oceânicos; território fora de alcance, jamais por outro pisado.