Pular para o conteúdo principal

Chronos

Tudo se perde com o tempo:
perde-se a vergonha,
perde-se a fantasia,
perde-se a alegria,
perde-se a vitalidade,
perde-se, aos poucos, a esperança.
Alguns perdem até os cabelos,
mas não a barriga.
E, se longeva a vida for,
perdemos, inclusive, as pessoas que mais amamos.
Tal processo, apesar de doloroso, é imprescindível;
perder é, antes de tudo, amadurecer.
É preciso deixar para trás toda a carga inútil,
todo o peso morto;
seguir em frente, até que não reste mais nada;
só assim conseguiremos chegar, com altivez, ao fim desta jornada.


Comentários

  1. Linda poesia! Devemos aproveitar a vida, e não deixar de aproveitar as oportunidades que a vida nos impõe. O tempo nos conta a favor e contra!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Compartilhe:

.................................. Postagens mais visitadas:

Um pouco mais de poesia

A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vontade de fazer diferente, de não ser como toda essa gente que só faz o que é preciso. Está mais do que na hora de vivenciar a poesia, esta  linda ave canora , à luz do dia a dia. E para além das palavras, um aroma doce e suave, uma canção sempiterna e um desejo de encontro.

Relicário

Palavras ao vento, perdidas no tempo; resquícios e relíquias de almas que não se encontram, de vidas que não se cruzam. Palavras de desalento e desencanto, ferinas, amargas, sinônimas de cicatriz, dor e pranto. Palavras sussurradas ao pé do ouvido, com carinho e cuidado, que reverberam nos sedentos corações. Palavras secretas, inconfessáveis, guardadas a sete chaves. Palavras de gratidão e prece, inaudíveis, transcendentes. Palavras e seus significados semânticos e românticos. Palavras: Caos e Silêncio.

Casa vazia

É o fim. É o fim de tudo, eu sei. Quando eu voltar, você não estará mais lá; casa vazia, coração em pranto, e nas mãos o açoite da realidade. Eu me arrastarei por entre cômodos e incômodos, calado, ouvindo palavras que você nunca disse, tentando, em vão, me iludir. Nas estantes, livros cheios de traços e traças; nas paredes, fotografias em preto e branco. As gavetas estarão vazias, a cama estará desarrumada, minha vida, desaprumada. O tempo começará a desmoronar, e eu me sentirei despatriado, perdido dentro de mim, caminhando rumo a lugar nenhum.