O tugúrio esquecido,   o de minha infância,   onde muitos anos passei,   hoje me veio à lembrança.   Ele ficava em um vilarejo   que ainda consigo ver,   através de lentes açoitadas pelo tempo,   como um lugar imperioso.   Lá os homens andavam cabisbaixos,   e as mulheres, silenciosas;   um arbítrio férreo tentava solapar toda vontade,   e leis misteriosas procuravam reduzir o espírito humano a pó.   Eu corria, saía em disparada,   tentando de todo modo escapar dessa sina atávica,  e acabava sempre voltando.     
Autor: Fulvio Denofre