Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Quantos já se enamoraram de ti?
Quantos por ti suspiraram?
Eu fui apenas mais um dentre tantos.
Na constelação de tua vida,
minha estrela sempre teve um brilho parco.
Expansão, esfriamento, entropia...
Tudo se perderá um dia.


novembro 13, 2015 No Comments
Desde os tempos mais remotos
– passando pelos povos mesopotâmicos,
por fenícios, egípcios, gregos, romanos e medievos –
até o nosso atual mundo “moderno”,
domamos quase tudo, menos o nosso eu interno.

De Prometeu recebemos o fogo olímpico,
e cultivamos o progresso:
medicina, automóvel, avião, computadores e... guerras.

Apesar de tantas mudanças, tudo sempre se repete.
Dia e noite; trabalho e descanso.
Vida e morte; alegrias e tristezas.
Apesar de todo o tédio pós-moderno,
precisamos valorizar cada etapa;
o efêmero torna tudo mais concreto.


novembro 12, 2015 No Comments
Assaz pedante, assaz irritante,
assaz amável, assaz amigável,
assaz avaro, assaz amaro,
assaz ingrato, assaz sensato,
assaz límpido, assaz ríspido.

Causa, motivo, razão ou circunstância:
unicamente usar a palavra assaz.


novembro 11, 2015 No Comments
sucessão ininterrupta de horas, minutos e segundos
movimento perpétuo rumo ao desatino
labirinto kafkiano
falsa impressão de imutabilidade
tudo, em suma, resultado da privação do sono
e da nossa precariedade.


novembro 09, 2015 No Comments
Olvidar é preciso;
recordar, também.
O inevitável oblívio,
sempre que possível,
é continuamente postergado.
Apesar de toda corrosão,
algo permanece intacto.
Resistir, eis o verbo exato.


novembro 07, 2015 No Comments
No crepúsculo de uma época,
sentimos a leve aragem
de um tempo de mudança.
Inexoravelmente,
vemos o passado insepulto
em seus últimos estertores,
e lutamos por um futuro melhor.
Perguntamos por que demorou tanto;
indagamos o porquê de tantas lágrimas, tanta dor.

Do passado ruminado e repisado nasce
aquilo que se pode verdadeiramente chamar de
novo.



novembro 04, 2015 1 Comments
Preso a uma redoma de vidro,
sentindo a obliteração,
alheio ao sofrimento de outrem,
eis a nossa mísera condição.

gritos no vácuo sideral
linhas cruzadas
conversas paralelas
cacofonia de ideias

Todo toque é intangível;
cada ser, inacessível.

outubro 31, 2015 No Comments
Pelos pântanos da memória
fluem lembranças enevoadas
de um tempo em que se ria
entre pessoas mui amadas.
Tudo passou tão rápido;
ficaram apenas as barricadas.
Não se retoma o tempo ido.
Todas as vidas estão marcadas.


outubro 30, 2015 No Comments
Na fantasmagórica noite vazia,
homens lúgubres e inebriados,
sob o véu diáfano da fantasia,
libertam-se de seus cadeados.

Porém, o sonho efêmero e forte,
que, do crepúsculo à alvorada,
os guiou nesta louca madrugada,
exala apenas um cheiro de morte.

A realidade revela-se intransigente;
o jeito é abandonar a leda euforia,
tendo apenas uma coisa em mente:
a vontade de viver a próxima alforria.


outubro 26, 2015 No Comments
Num mundo supersticioso, progressista e multiculturalista, ser uma pessoa cética, liberal e com valores morais bem definidos é uma tarefa realmente difícil. Mais fácil é seguir o fluxo. Porém, – cuidado! – aceitar com docilidade que a unanimidade imbecilizante seja o único caminho possível, deixando de lado qualquer análise crítica, é a melhor forma de perpetuar o falso progresso de nossos atuais dias. Ou estocamos vento em nossas cabeças, ou estocamos conhecimento e sabedoria. Lembremo-nos sempre que todo saber que não é, ou não pode, ser questionado, evidentemente, saber não é; trata-se apenas de doutrinação e mistificação, nada mais.


outubro 22, 2015 No Comments
Mortos-vivos caminham pelas ruas
anestesiados de prazer e tédio.
Sem nenhum horizonte ou perspectiva,
vagam em contínua agonia.
Acham que não existem mais valores;
que agora tanto faz ser bom ou mal.
Pensam que todos os caminhos se assemelham,
pois, para eles, o fim é sempre igual.
Tornam-se, assim, escravos da própria vitimização;
responsabilidade individual, é claro, está fora de questão.



outubro 19, 2015 No Comments
Contemplar o vazio absoluto
e relativo que transborda,
em meu cálice, seu teor impoluto.
Vívidas imagens fugidias,
esperança natimorta,
nuances esquálidas
do passado.
Sorvendo até a última gota,
suspiro fundo.
Novamente, no cais hodierno,
a maré vindoura está a arrebentar.



outubro 16, 2015 No Comments
Silenciem os deputados, silenciem o Congresso,
silenciem os poderosos, este é o nosso manifesto.
Convoco a todos a um grande protesto:
não à corrupção, sim à ordem e ao progresso!

Até quando sofreremos com a falta de acesso
à educação, saúde, trabalho e teto.
Precisamos de algum ato concreto,
e não de discursos e palavras em excesso.

Dizem que quem cala, de certa forma, consente;
e, apesar da falta de ética, das CPIs e do Petrolão,
a nossa alegria continua sendo a seleção!

Não podemos agir de forma tão displicente,
precisamos mudar urgentemente a nossa atuação;
o princípio de toda mudança é a conscientização.



outubro 16, 2015 No Comments
Muitas vezes, ignorar certas coisas pode ser também uma atitude inteligente. Ver tudo, com certeza, é um ato de cegueira. Devemos, sim, desvendar racionalmente o mundo que nos cerca, porém, sem destruir, em nossas vidas, as necessárias zonas de mistério e magia. Desvelar tudo, iluminar todos os cantos da vida é o mesmo que morrer antecipadamente.



outubro 10, 2015 No Comments
O homem entregue, sozinho, às suas próprias intempéries tende a soçobrar. Porém, o que não podemos negar é que cada um luta a sua própria batalha existencial. Não há muito o que se fazer, neste sentido, pelo próximo.


setembro 30, 2015 No Comments
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