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Metamorfose

Espero não ter me tornado uma estranha criatura; às vezes nem mesmo eu me reconheço. Faz tanto tempo que nós não nos vemos que nem sei mais quem éramos. Andamos por caminhos tão distantes, tivemos tantos contratempos e sofremos, cada um a seu modo, tanto e por tanto tempo. Não sei se o ígneo sentimento que um dia nos aproximou poderá ainda, em algum momento, fazer-se presente outra vez. Mas, neste instante, ao mirar seus olhos, tão parecidos com os meus, procuro uma resposta ou talvez uma fagulha. Perco as palavras, me atrapalho, mas logo me recupero. A conversa se estende, emaranhada, e o futuro permanece, como sempre, incerto.

Infelicidade

Uma ânsia maldita por perder-se em alguém, encontrando assim algo que tenha algum brilho, mesmo que parco, em meio a um mundo opaco de afetos. Uma ânsia maldita que habita o âmago de minhas trevas, que permeia toda a aridez desta alma sedenta por qualquer resquício de algo que minimamente me transcenda. Uma vida como um eterno caminhar sem sentido, com pés ensanguentados, até o lúgubre abismo. Uma vida como um grito de agonia silencioso que nunca será ouvido.   


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