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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

Ócio de Verão

No silêncio da tarde,

o sol a pôr-se no horizonte,

eu me deleito no mistério vespertino

e flutuo entre agridoces sensações.

 

O ar está carregado do perfume

de flores tardias,

e o céu, um alaranjado hipnótico,

é um prelúdio para a dança.

 

Neste ócio de verão,

eu me perco em devaneios,

e o tempo, um rio moroso,

me leva para sítios esquecidos.

 

Uma brisa sopra suavemente,

e eu sinto o meu coração estremecer;

o mundo, um lugar distante,

e eu, um sonho que se expande.

 

Inefavelmente,

não há nada mais que eu precise

além de tua presença,

teu convite.




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