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Relativismo

Hoje em dia, o relativismo é muito exacerbado; ninguém tem mais certeza sobre nada. Há metamorfoses ambulantes por todos os lados. Porém, não é pelo fato de que não podemos ter certezas absolutas (aliás, nem devemos tê-las) que, por outro lado, precisamos chegar à conclusão minimalista de que se é impossível chegar a qualquer certeza por menor que ela seja.

Eu sou um eurocêntrico de carteirinha; acredito que, apesar dos vários problemas existentes, a cultura laica ocidental derivada principalmente do Velho Continente é o que de melhor se produziu durante toda a história das civilizações humanas. Porém, aos poucos, estamos nos autodestruindo, pois estamos perdendo o sentido de tudo, caindo assim no poço sem fim do niilismo. Estamos nos tornando uma sociedade infértil, sem objetivos e sem metas. Questionamos e destruímos tudo, mas somos incapazes de criar algo novo. Não conseguimos ressignificar nada. Objetivos pessoais são imprescindíveis, porém não podemos viver completamente sem um objetivo coletivo mínimo; antropologicamente falando, nenhum homem é uma ilha.







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Um pouco mais de poesia

A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vontade de fazer diferente, de não ser como toda essa gente que só faz o que é preciso. Está mais do que na hora de vivenciar a poesia, esta  linda ave canora , à luz do dia a dia. E para além das palavras, um aroma doce e suave, uma canção sempiterna e um desejo de encontro.

Relicário

Palavras ao vento, perdidas no tempo; resquícios e relíquias de almas que não se encontram, de vidas que não se cruzam. Palavras de desalento e desencanto, ferinas, amargas, sinônimas de cicatriz, dor e pranto. Palavras sussurradas ao pé do ouvido, com carinho e cuidado, que reverberam nos sedentos corações. Palavras secretas, inconfessáveis, guardadas a sete chaves. Palavras de gratidão e prece, inaudíveis, transcendentes. Palavras e seus significados semânticos e românticos. Palavras: Caos e Silêncio.

Casa vazia

É o fim. É o fim de tudo, eu sei. Quando eu voltar, você não estará mais lá; casa vazia, coração em pranto, e nas mãos o açoite da realidade. Eu me arrastarei por entre cômodos e incômodos, calado, ouvindo palavras que você nunca disse, tentando, em vão, me iludir. Nas estantes, livros cheios de traços e traças; nas paredes, fotografias em preto e branco. As gavetas estarão vazias, a cama estará desarrumada, minha vida, desaprumada. O tempo começará a desmoronar, e eu me sentirei despatriado, perdido dentro de mim, caminhando rumo a lugar nenhum.