Sim, sou eu, eu sou o Grande Fingidor, fingindo que o meu coração é seu, fingindo que tudo está bem, fazendo do mundo o meu palco, buscando sempre novas paragens. *** Eu sou tão líquido quanto a modernidade, tão real e absurdo quanto a vida, tão obsessivo e irracional quanto o ser. Prisioneiro que sou da liberdade, chego a acreditar em tudo, até mesmo no amor. *** Sou, enfim, o grande ressentido, o falso altruísta, o grande demagogo. Sou a verborragia desvairada e pedante, a piedade não piedosa e a incongruência. *** Sou porque percebo o Tempo e contemplo o Nada.
Autor: Fulvio Denofre