Aquilo que não se explica
Desperto na brisa primeira do dia, onde meu nome ondula, vai e volta como mar ancestral. A luz desliza em mim feito prece, murmúrio, algo que não se explica — apenas pousa. No peito, um véu de bruma suaviza arestas, reacende ecos, orvalha o que em mim ainda floresce. E, enquanto o mundo respira baixo, escrevo: não para deter o tempo, mas para ouvi-lo enquanto passa.