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Maternidade

Bento e abençoado seja o fruto do seu ventre. Materno – e eterno – é a vontade de fazer deste pequeno um mundo formado por um mosaico de memórias passadas e futuras, por cheiros e choros, brincadeiras e descobertas. Longa espera, semana após semana, que logo chegará ao fim. Fim que será começo; eis a renovação da vida, pacote completo de alegrias, anseios e expectativas, tudo envolto na delicadeza de um amor incomparável. Novas preocupações, definitivamente um outro momento; canções de ninar, primeiros passos, vida e celebração.



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Floreio

Floresce o dia nos jardins da insensatez; espinhoso é o caminho que conduz à sanidade. Loucura e sonho tecem enredos desconexos; bifurcações me levam para todos os lados. Sorvo uma taça de otimismo que me amarga a boca; vendo sonhos, à vista e a prazo. Tento recuperar o fôlego, corrigir erros passados. Quero, de uma vez por todas, silenciar o caos. Quero gritar, a plenos pulmões, o silêncio.

Insatisfação

Um quadro   torto     na parede. Alguma coisa   fora de lugar. Algo   dito     de forma errada. Um afeto   interrompido. O relógio   sempre     atrasado. Um olhar   questionador. Outra pedra   no caminho. Mais uma luz   apagada. Tudo certo   e errado     ao mesmo tempo, como se tudo   estivesse bem, mas apenas   na superfície, e algo   fosse     desmoronar       a qualquer momento.

Crescimento 🌻

Espero que tenhas alguém com quem compartilhar teus bons e maus momentos, alguém sempre ao teu lado para te ajudar a superar as pedras que inevitavelmente aparecerão em teu caminho, alguém para te dar bons conselhos e todo amor do mundo, pois uma vida sem ninguém, sem amor, é algo muito triste.  *** A vida se tece de momentos, alguns passageiros, outros eternos; por isso, apesar do caos e da correria do dia a dia, saiba que as coisas que realmente importam nunca desaparecerão. Porém, vai aqui uma admoestação, é preciso ter leveza para discernir o bem do mal, o joio do trigo, aquilo que nos faz verdadeiramente felizes daquilo que só atulha a nossa vida.  *** Não há nada nem ninguém que possa fazer alguma coisa a respeito de tua própria felicidade. Terás que encontrar teu próprio caminho, percorrer muitas vezes trilhas estreitas e sinuosas, ir além e adiante, mesmo que cansado, mesmo que distante. Mas não se preocupe; a recompensa é certa para aqueles que não desistem fa...

Suspiros Antipoéticos ou Nenhuma Poesia

Eis-me aqui: rolando o feed sem parar, curtindo vídeos curtos, vendo fotos incríveis, semeando likes e dislikes . Eis-me aqui: sem saber o que dizer, vivendo arrastado por correntes subterrâneas e êxtases fugazes. Eis-me aqui: correndo de um canto a outro com uma pressa desvairada, fazendo tudo ao mesmo tempo, sonhando alto com todas as promissoras possibilidades. E, contudo, entretanto, todavia... eis aqui o meu porém.

Descompasso

Sem poemas, cem destinos, sem certezas, com atraso e na contramão. À procura de um lugar, à vista de todos e de ninguém, vivendo sem viver e querendo não querer. Perdido e partido: um tropeço a cada passo, caos, poeira e descompasso.

Sedução

Seduza-me com musicalidade e encanto, com versos diversos e com seu canto. Conquista-me através de olhares vibrantes e também por meio de verdades cortantes. Arrebata-me com delicadeza, originalidade e poesia, para que eu seja teu desde a primeira florada até a noite tardia. Inebria-me com histórias, inteligência e graça, pois a alegria e o humor são algo que enlaça. Retira de mim todo o fel, mas aos poucos, para que eu não seja mais como os loucos. E dá-me todo o amor que, a sete chaves, guardas devotamente, sem equívoco, para que possamos nos completar de corpo, alma e mente, em uníssono.

Primaveril 🌸

Voo sobre as palavras e me enrosco em suas asas. Faço da vida uma prosa poética. Preocupo-me mais com a musicalidade do que com a forma. Varandas e quintais Interjeições e ais Verbos que amais Tento expressar o silêncio e a saudade, traduzir em palavras o amor e a dor, dizer o indizível de forma visceral. Poemas e devaneios Olhares e meneios A vida… sem freios Mas nem tudo consigo expressar: falta sempre algo indefinido, que fica suspenso no ar. Uma inefável canção, talvez sim, talvez não… Início da nova estação.

Releituras

Quando a gente fala ou escreve (poemas, no meu caso), parece sempre, naquele momento, que estamos dizendo ou registrando algo de suma importância, vital para nossa existência. Mas depois, com o tempo, as palavras faladas se evaporam e perdem o sentido, e as palavras escritas nos parecem, no mínimo, ingênuas — quase como o retrato de alguém que já não somos mais. Todavia, é certo dizer que tudo o que expressamos tem uma importância incomparável, pelo simples fato de se tratar da exteriorização daquilo que estamos sentindo em uma determinada fração de nossas vidas. Por certo, o tempo — se o tivermos, é claro — nos dará a chance de fazer releituras, de reavaliar aquilo que foi dito ou escrito, de perceber que tudo muda e se transforma, geralmente de formas inesperadas e, muitas vezes, sem aviso prévio. É bom reconhecer que nem todas as mudanças se revestem de um aspecto negativo e que, por outro lado, nunca mudar nada talvez não seja a melhor solução. O equilíbrio é difícil de ser encontr...

O Regresso

O pequeno pássaro voa sobre as copas das árvores, eleva-se até a estratosfera, abandona esta esfera e pousa na face oculta da Lua. E, não satisfeito, quer ir adiante. Paira, então, sobre Marte, brinca nas luas de Júpiter e segue, soturnamente, até os anéis de Saturno. À beira das fronteiras do Sistema Solar, se vê diante de um vazio indescritível e aterrador, o que o faz mudar de ideia e voltar para casa. *** Encontrando abrigo em uma árvore frondosa, sacode suas asas molhadas pela chuva de verão e contempla o riacho sereno que, ao que lhe parece, sempre ali existiu.

Ignoto território

Invólucro, carapaça, casca; o que há por baixo, aquilo que inspira, (respira), aquilo que é, não há quem — por mais que tente — toque, veja, sinta, alcance. Mistério escondido à vista de todos; melodia inefável e silenciosa; flor que nasce, cresce e fenece em meio à floresta intocada, sem que ninguém saiba. Sopro, névoa, revoada… Luz que não se vê; segredos oceânicos; território fora de alcance, jamais por outro pisado.