Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Sussurro no seu ouvido palavras desconexas.
O vento fustiga as janelas.
Aqui, com você, está quente, mas lá fora a tempestade ruge.
Por um instante a existência parece fazer algum sentido.
Eu sei que, ao canto da cotovia, tudo se dissolverá,
(ah, o rolo compressor da realidade)
mesmo assim, neste momento, quero apenas contemplar
um pouquinho mais as curvas suaves do seu corpo,
fixar na minha memória o seu sorriso.


julho 29, 2016 No Comments
Já fui pra Pasárgada – lá não me quiseram.
Já tropecei na pedra do caminho largo.
Fui ao meu amor sempre atento,
mas não durou muito.
Hoje, a minha vida não está completa,
nem tocar um tango argentino eu posso mais.
Fico aqui, com esta minha fala entupida,
compondo quimeras,
buscando regressar à terra das palmeiras
e do sabiá.


julho 27, 2016 No Comments
Tropeço na noção de tempo
e me esparramo na relva molhada;
contemplo nuvens de glórias passageiras
até mergulhar num céu azul-piscina.
Volto aos tempos de criança.
Há uma toca de coelho no meu jardim;
faço-me de explorador e, audacioso,
encontro Beatriz e Virgílio pelo caminho.
Hipopótamo, anos, séculos, eras...
Tudo retorna para o mesmo ponto,
para a mesma singularidade.
A vertigem finalmente passa,
descerro os olhos:
nuvens, céu azul, infinito


julho 26, 2016 No Comments
Uma longa noite
frio
muitas estrelas brilham num céu de abandono
O passado reverbera...
tantas esperanças, tantos sonhos
Os predadores estão por todos os lados
Os recursos são escassos

Ao redor de uma fogueira improvisada
homens contam histórias sobre homens
que contam histórias.


julho 24, 2016 No Comments
O frio estava intenso; a neblina dava à rua um ar de imaterialidade. O sol, ainda tímido, exalava os seus primeiros suspiros. Meus passos candentes abriam caminho através da cidade solitária. Aos poucos, as casas foram criando vida, e as ruas ficaram cheias: pedestres, cachorros, carros, bicicletas, crianças, conversações, gritos, latidos e buzinas. A ordem estava de novo estabelecida.


julho 22, 2016 No Comments
Eu sou
Tu não és
Ele/Ela se foi
Nós éramos
Vós fostes
Eles erram


julho 22, 2016 No Comments
virei à esquerda
depois à direita
acabei na contramão
Tentei corrigir a minha rota de colisão, mas não deu certo: avancei mais uma vez o sinal vermelho. Parei por causa da faixa de pedestres; vi uma mãe que passava segurando o filhinho pela mão. Pensei comigo se eu não poderia ser, no outro, alguém... escapar desta nossa insustentável condição.


julho 21, 2016 No Comments
Vou chamar o técnico da felicidade para ver se conserto esse desconforto permanente que sinto. Depois irei ao hipermercado comprar um pouco de espiritualidade em conserva. O dia está tão lindo! Ah, pare de falar dessas bobagens... Quero apenas me divertir mais um pouco; a vida passa tão rápido. Você vem ou não vem?


julho 21, 2016 No Comments
O andarilho, após uma longa noite de frio, levantou do banco em que dormia e seguiu rumo a


julho 21, 2016 No Comments
Eu olho para uma parede branca, e de tanto olhar acabo percebendo certas nuances, imagens distorcidas, que aos poucos vão tomando forma; de repente, não estou mais diante de uma parede branca, há ali uma imagem nova, cheia de significados, padrões, cores e simetrias; porém, com o tempo, acabo entediado com aquilo que vejo, passo então a olhar novamente para esta parede, fixo meus olhos nela até que, já muito cansado e quase arrependido, a única coisa que vejo é simplesmente uma branca parede.


julho 20, 2016 No Comments
Como diria Schopenhauer: “É só futebol!”


julho 20, 2016 No Comments
Alma pouco gentil, que me partiste,
deixando a minha vida descontente;
encontrou outra... foi-se impunemente,
deixando-me aqui deveras triste.
...


julho 20, 2016 No Comments
Mudam-se os tempos, mas não as iniquidades,
Muda-se o ser, fica a desconfiança;
Tu és passado… É tempo de mudança…
Vislumbro novas possibilidades.
...




julho 19, 2016 No Comments
Sente-se.
Ouça as minhas palavras, mas não as ouça com fervor; muito menos busque mistérios escondidos em cada fresta, em cada cantinho.

O caminho era acidentado;
uma tênue luz ao longe brilhava.
A pouco e pouco a velha casinha
despontava.
A grade estava enferrujada;
o jardim, coberto de mato;
e a varanda, empoeirada.
Nenhum cachorro latiu…
Não havia ninguém à minha espera.


julho 19, 2016 No Comments
Não vou aqui multiplicar palavras.
A claridade nem tudo evidencia.
O porão, trancado, está cheio de traquinagens
e de caixas empoeiradas.
A chave!? Bem… escondida.




julho 17, 2016 No Comments
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