O frio
estava intenso; a neblina dava à rua um ar de imaterialidade. O sol, ainda
tímido, exalava os seus primeiros suspiros. Meus passos candentes abriam
caminho através da cidade solitária. Aos poucos, as casas foram criando vida, e
as ruas ficaram cheias: pedestres, cachorros, carros, bicicletas, crianças,
conversações, gritos, latidos e buzinas. A ordem estava de novo estabelecida.
A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vontade de fazer diferente, de não ser como toda essa gente que só faz o que é preciso. Está mais do que na hora de vivenciar a poesia, esta linda ave canora , à luz do dia a dia. E para além das palavras, um aroma doce e suave, uma canção sempiterna e um desejo de encontro.
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