Lasciva, ardente, libidinosa... És tu uma vadia toda prosa, que me faz viver no desatino, sem rumo e sem destino. Tu és a febre do meu corpo, a lepra da minha alma, o objeto do meu desejo e também do meu repúdio. Mulher, por que me olhas? O que queres de mim? Eu sei pelo que anseias: todo o meu ser dentro de ti. O teu apetite voraz te impele; queres me consumir por inteiro, sugar todo o meu cálice, até a última gota do meu sangue. Vem comigo, não percamos tempo, resguardemo-nos da cretinice crônica que assola esta decadente sociedade tão racional, ordeira e sem coração. Vem, vamos chafurdar na lama dos nossos instintos naturais; vamos fazer aflorar nesta cama a sequela de tantas regras morais.