A poesia pairava sobre as águas, e, de repente, do nada se fez tudo: a terra, o céu, as estrelas, a lua e o sol, e, em especial, o Éden e seus habitantes, tudo instantaneamente. A vida era harmoniosa e pacífica; viviam todos no amor recíproco. Porém, também de repente, do egoísmo humano fez-se o ódio que desfez o encanto, fazendo orvalhar do céu um pranto que inundou o mundo de uma tristeza tão profunda e tão penetrante, que fez com que, por muitos e muitos anos, não nascesse uma flor sequer. Naquele tempo, nem mesmo um vestígio frágil de esperança foi encontrado sobre a face da terra. Somente depois de um longo inverno tenebroso, uma tênue luz enfim no céu brilhou, prenunciando, na aurora dos tempos, a instauração da Civilização do Amor.