Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2015

Poeira das Estrelas

Vida: Partícula infinitesimal suspensa no oceano do espaço-tempo, sofrendo variações quânticas em nível subatômico, regida por forças ainda desconhecidas pela ciência; eterno mistério patente e, ao mesmo tempo, latente. Na vastidão incomensurável do Universo, seguimos a nossa estrela. No pálido ponto azul, nos alegramos e nos aborrecemos, aprendemos e brigamos, crescemos e morremos. Relembrando um antigo filósofo, apesar de tudo, ainda somos a medida de todas as coisas. Parêntese: Realidade objetiva realmente existe, mas preferimos muito mais nadar nas águas da subjetividade.

Criticidade, sim; cretinice, não!

Na era do conhecimento wikipédico, sabe-se de tudo um pouco, e tão pouco de tudo! Vivemos num mundo repleto de informações isoladas e desfragmentadas que, no mais das vezes, acabam nunca se agregando em um corpo maior de saberes. A superficialidade ganhou ares de totalidade; ninguém mais quer mergulhar em águas mais profundas. Todos estão satisfeitos com o pouco que compreendem do mundo. Filosofia, ciência, política, economia, história, artes, tudo agora está coberto por uma espessa camada de poeira.   "A Primavera" de Sandro Botticelli

Finitude

averno, inverno, ocaso efêmera jornada entre dois abismos luta desenfreada por mais vida despedida sem aviso-prévio sonhos, suor e lágrimas imanência e transcendência História, ciência, arte, amor, tudo em busca da imortalidade.

Demagogia, eu não quero uma pra viver!

No mundo em que vivemos (e a História não se esforça em me desmentir), parece que aqueles que discursam sobre a paz são quase sempre os primeiros a se armarem para a guerra; que aqueles que defendem a liberdade são, notadamente, os mais opressores; que aqueles que se autointitulam portadores únicos da virtude e de uma suposta superioridade moral são impreterivelmente os mais execráveis.

Passado

Memória e imaginação. Ilusão e realidade. Uma construção narrativa, um vívido simulacro formado por quiméricas e reais lembranças. Criamos sempre um mundo à parte... Todas as nossas tentativas de reviver o passado provocam uma fratura no tecido do real, gerando, desta forma, uma nova história, uma nova interpretação, que é pautada por sentimentos e emoções, alegrias e lágrimas, e, principalmente, por uma vontade inexorável de preservação.

Da Coita de Amor ao Big Freeze

Quantos já se enamoraram de ti? Quantos por ti suspiraram? Eu fui apenas mais um dentre tantos. Na constelação de tua vida, minha estrela sempre teve um brilho parco. Expansão, esfriamento, entropia... Tudo se perderá um dia.

Ciclo Vital

Desde os tempos mais remotos – passando pelos povos mesopotâmicos, por fenícios, egípcios, gregos, romanos e medievos – até o nosso atual mundo “moderno”, domamos quase tudo, menos o nosso eu interno. De Prometeu recebemos o fogo olímpico, e cultivamos o progresso: medicina, automóvel, avião, computadores e... guerras. Apesar de tantas mudanças, tudo sempre se repete. Dia e noite; trabalho e descanso. Vida e morte; alegrias e tristezas. Apesar de todo o tédio pós-moderno, precisamos valorizar cada etapa; o efêmero torna tudo mais concreto.

Assaz, assaz, assaz... (Palavra esquecida)

Assaz pedante, assaz irritante, assaz amável, assaz amigável, assaz avaro, assaz amaro, assaz ingrato, assaz sensato, assaz límpido, assaz ríspido. Causa, motivo, razão ou circunstância: unicamente usar a palavra assaz.

Insônia... Insânia...

sucessão ininterrupta de horas, minutos e segundos movimento perpétuo rumo ao desatino labirinto kafkiano falsa impressão de imutabilidade tudo, em suma, resultado da privação do sono e da nossa precariedade.

Ruínas

Olvidar é preciso; recordar, também. O inevitável oblívio, sempre que possível, é continuamente postergado. Apesar de toda corrosão, algo permanece intacto. Resistir, eis o verbo exato.

O Vento da Mudança

No crepúsculo de uma época, sentimos a leve aragem de um tempo de mudança. Inexoravelmente, vemos o passado insepulto em seus últimos estertores, e lutamos por um futuro melhor. Perguntamos por que demorou tanto; indagamos o porquê de tantas lágrimas, tanta dor. Do passado ruminado e repisado nasce aquilo que se pode verdadeiramente chamar de novo.

Compartilhe: