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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Cachoeira

Aos borbotões, o rio caudaloso da vida, de forma repentina e abrupta, tem o seu calmo curso interrompido por uma queda inesperada. Ao longe, ouve-se o fragor desesperado das águas agitadas. Porém, aos poucos, tudo volta ao normal. O Mar, este destino último, aguarda impassivelmente.

La Vie En Rose

Oh, Edith, não, eu não me arrependo de nada. A vida, esta belle chanson , fugidia e efêmera, não deve ser preenchida por lamentos daquilo que poderia ter sido e não foi . A hora da estrela sempre chega um dia... Melhor olvidar as mágoas, viver plenamente, sem histeria. Nem tudo podemos consertar. O Destino é cego. C'est la vie!

Alfarrábio

Verborragia, altercação, tergiversação... Impropério, invectiva, vitupério... Lúgubre, soturno, tétrico... Fescenino, lascivo, libidinoso... Hodierno, arcaico, ubíquo... Delir, obliterar, esmaecer... “... que estranha potência, a vossa!”

Vicissitudes

A certeza de que não há certeza alguma, juntamente com o temor da contingência e o pavor de que o acaso resulte em ocaso, acaba paralisando e engessando nossas vidas. Obstáculos são feitos para serem superados, eis uma frase pra lá de clichê, mas a vida, não nos enganemos, é um grande clichê. Não é fácil transmutar o velho em novo a cada dia; encontrar subterfúgios para contornar o tédio cotidiano. Realmente, não há nada novo debaixo do sol , por isso é preciso ter coragem e lutar até o fim.

Desvanecer

Foi o desejo que me guiou até aqui. Sinto-me liberado de toda uma carga, tiraram-me os grilhões que me prendiam, mas a sensação que sinto neste momento é muito mais do que de liberdade. Na realidade, o que sinto é um grande vazio. Tenho a impressão de que algo grandioso esteve próximo de acontecer. Não consegui nada do que queria, tudo falhou. Minha existência quase... No entanto, não tenho mais o que esperar, cheguei ao fim.

Sublimação

A única coisa que posso fazer é sublimar a dor que sinto em meu peito, fazer com que esta angústia incessante, que me persegue continuamente, seja expurgada através desta minha medíocre expressão. O mundo parece que vai me esmagar, porém, não me esmaga, e, desta forma, me destrói lentamente, fazendo-me afundar em meu mundo particular. Estou sufocado por meus próprios pensamentos e por minha própria dor existencial. Não aguento mais, estou louco, busco desesperadamente uma saída, mas nada encontro; não tenho onde me segurar, estou afundando e, aos poucos, desaparecendo... Para sempre vivo emudecido e esquecido por todos aqueles que, um dia, disseram me amar. Viver é, antes de tudo, um ato de puro masoquismo, porém, mesmo na dor, há neste processo uma beleza indizível e majestosa.

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