A única coisa que posso fazer é sublimar a dor que sinto em meu peito, fazer com que esta angústia incessante, que me persegue continuamente, seja expurgada através desta minha medíocre expressão. O mundo parece que vai me esmagar, porém, não me esmaga, e, desta forma, me destrói lentamente, fazendo-me afundar em meu mundo particular. Estou sufocado por meus próprios pensamentos e por minha própria dor existencial. Não aguento mais, estou louco, busco desesperadamente uma saída, mas nada encontro; não tenho onde me segurar, estou afundando e, aos poucos, desaparecendo... Para sempre vivo emudecido e esquecido por todos aqueles que, um dia, disseram me amar. Viver é, antes de tudo, um ato de puro masoquismo, porém, mesmo na dor, há neste processo uma beleza indizível e majestosa.