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Mostrando postagens de agosto, 2023

Poesia Indie

É tão difícil expressar aquilo que sinto de forma natural; há sempre um excesso, uma vontade de fingir que estou realmente em casa. Palavras são misteriosas, mágicas, e muitas vezes tendenciosas, eu sei. Mas quero falar agora sem medo, sem rodeios. Bem, faz algum tempo que não lhe vejo, gostaria muito que você estivesse aqui. Os dias continuam iguais, uns mais frios, outros mais quentes, nada fora do normal. Há uma tristeza que me abate em certas horas, uma insônia que me persegue em algumas noites, mas, não se preocupe, não há nada que o tempo não resolva. E como você está? Espero que esteja bem. Lembre-se: um sorriso alivia tanta dor. Beleza no mundo é o que não falta. Talvez falte mesmo é um pouco mais de discernimento, paciência, contemplação. Isso mesmo, observar mais e falar menos, caminhar e estar atento a tudo o que vive e viceja à nossa volta.

Primavera

Tens o aroma amadeirado da paixão, o sabor adocicado de uma carícia de primavera e o brilho inconteste do amor.   És um retrato em chamas na estante. És o vento e o tempo agindo em mim.   À deriva, perdido em pensamentos, contemplo tua geografia; és meu bálsamo e meu encanto, meu devaneio e minha poesia.

A Ilusão da Permanência

Fico irritado sobremaneira, depois a nuvem passa. O problema era outro: não ver além da vidraça. *** Tenho uma doce devoção pela flor que se desfaz; mas queria ser poesia eterna, e não apenas um verso tão fugaz. *** Mesmo sendo nuvens passageiras, ousamos ser mais do que antes; ser a união de corpos e corações, ser o puro delírio dos amantes.

Força vital

Uma febre sem razão, uma oração sussurrada, um delicado desejo de falar e ser finalmente ouvido, de amar e não ser julgado, um não sei quê de força descomunal. *** Estrelas queimando em um cosmos de um vazio infinito; pessoas e planetas vagando, aparentemente, sem nenhuma direção; vidas que se perdem em si mesmas, alheias ao brilho da poesia e da flor. *** Campos vazios e homens calados; tempos de ira, ressentimento e desamor. *** E bem lá no fundo, coberto pelas cinzas do atraso, uma vontade perene, uma chama que não se extingue, um mundo prestes a ser redescoberto.

desleixo

Esqueço as palavras e quase perco os sentidos. Não sei mais o que faço, só sei que vivo nas entrelinhas, perdido, fora de compasso. Trago comigo, simplesmente, esperanças de nanossegundos, náufragos devaneios de éons e o absurdo divino do presente instante. Quero ver através de olhos alheios, quero me perder na infinitude de coisas que desconheço e, mais uma vez, sentir o chão sob meus pés. Não há nada a ser dito, lido ou proclamado, nenhuma canção, ruído, som, apenas o silêncio etéreo de bombas que nunca explodirão.

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