Pular para o conteúdo principal

Poesia Indie

É tão difícil expressar aquilo que sinto de forma natural;

há sempre um excesso,

uma vontade de fingir que estou realmente em casa.

Palavras são misteriosas, mágicas, e muitas vezes tendenciosas, eu sei.

Mas quero falar agora sem medo, sem rodeios.

Bem, faz algum tempo que não lhe vejo,

gostaria muito que você estivesse aqui.

Os dias continuam iguais,

uns mais frios, outros mais quentes, nada fora do normal.

Há uma tristeza que me abate em certas horas,

uma insônia que me persegue em algumas noites,

mas, não se preocupe,

não há nada que o tempo não resolva.

E como você está?

Espero que esteja bem.

Lembre-se: um sorriso alivia tanta dor.

Beleza no mundo é o que não falta.

Talvez falte mesmo é um pouco mais de discernimento, paciência, contemplação.

Isso mesmo, observar mais e falar menos,

caminhar e estar atento a tudo o que vive e viceja à nossa volta.





Comentários

Compartilhe:

Postagens mais visitadas:

Ignoto território

Invólucro, carapaça, casca; o que há por baixo, aquilo que inspira, (respira), aquilo que é, não há quem — por mais que tente — toque, veja, sinta, alcance. Mistério escondido à vista de todos; melodia inefável e silenciosa; flor que nasce, cresce e fenece em meio à floresta intocada, sem que ninguém saiba. Sopro, névoa, revoada… Luz que não se vê; segredos oceânicos; território fora de alcance, jamais por outro pisado.

Suspiros Antipoéticos ou Nenhuma Poesia

Eis-me aqui: rolando o feed sem parar, curtindo vídeos curtos, vendo fotos incríveis, semeando likes e dislikes . Eis-me aqui: sem saber o que dizer, vivendo arrastado por correntes subterrâneas e êxtases fugazes. Eis-me aqui: correndo de um canto a outro com uma pressa desvairada, fazendo tudo ao mesmo tempo, sonhando alto com todas as promissoras possibilidades. E, contudo, entretanto, todavia... eis aqui o meu porém.

Sedução

Seduza-me com musicalidade e encanto, com versos diversos e com seu canto. Conquista-me através de olhares vibrantes e também por meio de verdades cortantes. Arrebata-me com delicadeza, originalidade e poesia, para que eu seja teu desde a primeira florada até a noite tardia. Inebria-me com histórias, inteligência e graça, pois a alegria e o humor são algo que enlaça. Retira de mim todo o fel, mas aos poucos, para que eu não seja mais como os loucos. E dá-me todo o amor que, a sete chaves, guardas devotamente, sem equívoco, para que possamos nos completar de corpo, alma e mente, em uníssono.

Insatisfação

Um quadro   torto     na parede. Alguma coisa   fora de lugar. Algo   dito     de forma errada. Um afeto   interrompido. O relógio   sempre     atrasado. Um olhar   questionador. Outra pedra   no caminho. Mais uma luz   apagada. Tudo certo   e errado     ao mesmo tempo, como se tudo   estivesse bem, mas apenas   na superfície, e algo   fosse     desmoronar       a qualquer momento.

Releituras

Quando a gente fala ou escreve (poemas, no meu caso), parece sempre, naquele momento, que estamos dizendo ou registrando algo de suma importância, vital para nossa existência. Mas depois, com o tempo, as palavras faladas se evaporam e perdem o sentido, e as palavras escritas nos parecem, no mínimo, ingênuas — quase como o retrato de alguém que já não somos mais. Todavia, é certo dizer que tudo o que expressamos tem uma importância incomparável, pelo simples fato de se tratar da exteriorização daquilo que estamos sentindo em uma determinada fração de nossas vidas. Por certo, o tempo — se o tivermos, é claro — nos dará a chance de fazer releituras, de reavaliar aquilo que foi dito ou escrito, de perceber que tudo muda e se transforma, geralmente de formas inesperadas e, muitas vezes, sem aviso prévio. É bom reconhecer que nem todas as mudanças se revestem de um aspecto negativo e que, por outro lado, nunca mudar nada talvez não seja a melhor solução. O equilíbrio é difícil de ser encontr...

Cantarolando

Tudo é tão estranho: a vida e seus mistérios, o amor e toda a dor, estar aqui e não mais te ver. Tudo é tão mágico e, ao mesmo tempo, inquietante. E tudo muda tão rapidamente... Não sei se grito ou me calo, se deito ou me levanto. Sei que canto, sozinho, no meu cantinho, e o que sai da minha boca é quase um murmúrio, um sussurro ritmado.

Descompasso

Sem poemas, cem destinos, sem certezas, com atraso e na contramão. À procura de um lugar, à vista de todos e de ninguém, vivendo sem viver e querendo não querer. Perdido e partido: um tropeço a cada passo, caos, poeira e descompasso.

Crescimento 🌻

Espero que tenhas alguém com quem compartilhar teus bons e maus momentos, alguém sempre ao teu lado para te ajudar a superar as pedras que inevitavelmente aparecerão em teu caminho, alguém para te dar bons conselhos e todo amor do mundo, pois uma vida sem ninguém, sem amor, é algo muito triste.  *** A vida se tece de momentos, alguns passageiros, outros eternos; por isso, apesar do caos e da correria do dia a dia, saiba que as coisas que realmente importam nunca desaparecerão. Porém, vai aqui uma admoestação, é preciso ter leveza para discernir o bem do mal, o joio do trigo, aquilo que nos faz verdadeiramente felizes daquilo que só atulha a nossa vida.  *** Não há nada nem ninguém que possa fazer alguma coisa a respeito de tua própria felicidade. Terás que encontrar teu próprio caminho, percorrer muitas vezes trilhas estreitas e sinuosas, ir além e adiante, mesmo que cansado, mesmo que distante. Mas não se preocupe; a recompensa é certa para aqueles que não desistem fa...

Floreio

Floresce o dia nos jardins da insensatez; espinhoso é o caminho que conduz à sanidade. Loucura e sonho tecem enredos desconexos; bifurcações me levam para todos os lados. Sorvo uma taça de otimismo que me amarga a boca; vendo sonhos, à vista e a prazo. Tento recuperar o fôlego, corrigir erros passados. Quero, de uma vez por todas, silenciar o caos. Quero gritar, a plenos pulmões, o silêncio.

Ócio de Verão

No silêncio da tarde, o sol a pôr-se no horizonte, eu me deleito no mistério vespertino e flutuo entre agridoces sensações.   O ar está carregado do perfume de flores tardias, e o céu, um alaranjado hipnótico, é um prelúdio para a dança.   Neste ócio de verão, eu me perco em devaneios, e o tempo, um rio moroso, me leva para sítios esquecidos.   Uma brisa sopra suavemente, e eu sinto o meu coração estremecer; o mundo, um lugar distante, e eu, um sonho que se expande.   Inefavelmente, não há nada mais que eu precise além de tua presença, teu convite.