Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

olho ao meu redor
tudo cinza
tudo apagado
sem vida
fosco
vários tons de tédio,
melancolia e fel
ruas cheias de sonâmbulos transeuntes
de pessoas sem expectativas
e só um brilho ao longe...
douradas madeixas
um encanto em flor



janeiro 08, 2019 No Comments
Bisões e visões de um passado distante
Vênus, Davi e Moisés
uma ceia, um sorriso
musas, ninfas e Madonas
uma moça com brinco de pérola
natureza, paisagens e Cafés
impressionantes realidades
explosão de cores
técnica, talento, labor
tempo derretido
Vida e Arte nas cerdas de um pincel
tela de memórias esmaecidas
sonhos de uma noite estrelada



janeiro 07, 2019 No Comments
Está faltando algo aqui
Há um vazio difícil de preencher
uma falta de sentido
um tédio profundo
pessoas que não se falam
olhares que não se cruzam
o medo perpassando cada gesto
a vida sendo automatizada
E em meio a tudo isso
a fome de quem quer algo mais
algo simples e sincero
como um silencioso olhar que tudo diz
uma companhia que se faça realmente presente
amigos que aliviem de alguma forma o nosso fardo



janeiro 06, 2019 No Comments
Não sei se escrevo para me curar
ou se escrevo para me extinguir.
Se se trata de um vômito,
um jorro frenético,
ou de uma reorganização lenta,
gradual, de algo ainda indefinido.
Experiências, sentimentos, sensações,
sabores, cheiros e cores,
tudo transposto no papel.
Signos imperfeitos de vivências subjetivas,
de coisas impalpáveis e, provavelmente,
ainda não digeridas. 


janeiro 05, 2019 No Comments
tempo desnudo
pretérito imperfeito
distanciamento
ah, quantos erros crassos,
quantos ledos enganos!



janeiro 04, 2019 No Comments
Ó tarde ensolarada,
misto de vivacidade e langor,
és uma dádiva de luz e amizade;
trazes em teu bojo o cheiro do café,
o gosto refrescante do sorvete,
o alento de conhecidas palavras.
Debaixo de um sol de prata,
logo o cheiro de ruas molhadas,
a sensação de um alívio momentâneo.
Na conversa descompromissada,
cotidiano, poesia, sabores, memórias...
Mosaico de uma vida, de uma tarde, de um eterno instante.


janeiro 03, 2019 No Comments
Ser de alguém
como uma coisa descartável
ou posse malcuidada
de um avaro autointitulado
dono

Ser de ninguém
ou daquele que der o maior lance
um produto do descaso
a passar de mão em mão
sem horizonte

Ser de si mesma
construindo o próprio caminho
tendo a liberdade de errar
doando-se apenas quando quiser

Ser... Mulher



janeiro 02, 2019 No Comments
um poema como um soco no estômago
tentativa vã de fazer com que você reaja
acorde de uma vez de seu sono sem sonhos

um poema como uma delicada flor
fazendo com que você aprecie a beleza
o magnífico esplendor de gestos pequeninos

um poema sem pudor
que fale aquilo que é necessário
que nos envolva com sua crueza e sinceridade

um poema além e aquém
longe e perto – trevas e luz
paradoxo de uma vida plena de possibilidades



dezembro 31, 2018 No Comments
Muito abaixo da superfície
em um ponto equidistante
entre a efervescência criativa
e o desejo sem fronteiras
está o cerne de um espírito ímpar
E mais fundo ainda
escondida até de si mesma
a essência indelével de uma composição
cujos primeiros acordes ainda ecoam
uma sinfonia que transcende tempo e espaço
fonte germinal de todo amor

dezembro 30, 2018 No Comments
Quero o verde da esperança,
o roxo da dor,
o azul da serenidade,
o vermelho do amor,
o cinza da tristeza,
o branco da paz...
Quero, enfim, o colorido da vida simplesmente,
nem mais nem menos. 


dezembro 26, 2018 No Comments
Aqui repousas
tão perto e tão longe
dentro daquilo que chamo coração
Olho pela janela
entre nuvens passageiras
vejo o reflexo triste da lembrança:
tempo de infância
época de dourados sonhos
nostalgia de um natal de mármore.


dezembro 25, 2018 No Comments
solstício de verão
momento de desacelerar
de olhar para dentro
lembrar que tudo se renova
tudo se transforma
toma novos contornos
pensar que fazemos parte do ecossistema
não somos animais apartados de tudo
tempo de ir além
de calma e tranquilidade
luz, energia, expansão


dezembro 22, 2018 No Comments
Desejo inconsciente de nada desejar
de viver como pedras
sem querer coisa alguma
plainando sob o abismo
sem sonhos nem expectativas
Morrer um pouco a cada dia
micromortes anunciadas que nos fazem amadurecer
Lento processo de erosão, de desprendimento...
milhões de toneladas de gelo que se deslocam
rumo ao vasto Oceano




dezembro 21, 2018 No Comments
Ei-la, exsudando feminilidade,
bem à minha frente.
Outra vez não me faço de rogado;
ébrio de prazer, levo-a ao delírio.

Não procuro extrair da vida algum sentido,
muito menos perco tempo com homens-sepultura;
contento-me com o fugidio momento,
com o etílico prazer de noite em boa companhia.

Não tenho mais idade para me aborrecer à toa.
Não quero estar com quem não ousa.
Cala-te! Beija-me!
A ilusão nos persegue por todos os lugares;
no alvor da manhã, rasgamos o véu da loucura.



dezembro 19, 2018 No Comments
Devassamente me entrego ao homem que tanto cobicei
Submeto minhas curvas a todos os seus caprichos,
Vassala do meu próprio tesão

Perdida nessa cama vazia
Entre lençóis úmidos, sujos
Com forte cheiro de suor e desejo insaciável
Planejo o próximo gozo

Não me venha com esse olhar reprovador!
Conheço bem o seu puritanismo

Não me prendo a ninguém, furtiva que sou
Quero arder apenas, arder com intensidade.


dezembro 16, 2018 No Comments
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