Mediocridade: viver
uma vida sem reflexões, sem tristezas profundas e agonias torturantes; ser uma
pessoa sem vício algum, ostentando a todo momento uma moral falsa e fajuta; não
se deixar levar por paixões momentâneas, pelo prazer de se viver intensamente
algo por medo do julgamento alheio; não se entregar à loucura fustigante da
existência; fingir que o desejo não é a força motora da humanidade; querer ter
uma resposta para tudo, um sentido a
priori para a vida; ser extremamente racional e metódico, um chato de
galocha; anunciar a todos a sua verdade recém descoberta; achar-se o máximo a
todo instante; nunca se abandonar ao Infinito que nos envolve e, aos poucos,
nos dilacera.
A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vontade de fazer diferente, de não ser como toda essa gente que só faz o que é preciso. Está mais do que na hora de vivenciar a poesia, esta linda ave canora , à luz do dia a dia. E para além das palavras, um aroma doce e suave, uma canção sempiterna e um desejo de encontro.
Comentários
Postar um comentário