Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Ouço a verborragia cretiginosa
que ecoa em cada esquina,
em cada beco, nos meios ditos sociais.
E, diante da insignificância dos nossos atos,
percebo a necessidade inconsciente, imprudente,
de perpetuar uma imagem que nada diz,
muito menos condiz,
com a nossa verdadeira realidade.

agosto 29, 2014 No Comments
Aos fobofóbicos de plantão:
Ousai! Não vos encarcereis!
Que o vosso amor a este pérfido sentimento
seja desarraigado e transmutado.
Devei temer, sim, mas não desta forma,
senão começareis a ter alucinações realísticas,
ou, porque não?, consumísticas,
que lentamente encobrirão,
como uma chuva de cinzas,
a vossa existência.


agosto 29, 2014 No Comments
Poeta, filósofo, astronauta,
um artista no palco da vida;
eu sou uma nota fora da pauta,
e de Deus a imagem distorcida.

Sou alguém que tem tudo e tudo falta;
um profeta na cidade vendida.
Sou um forte guerreiro que exalta
a dor a cada nova ferida.

De tanto buscar nem sei mais quem sou;
o destino depressa se desfaz,
mal chega a fortuna vem a desdita:

Esta vida é mesmo louca e bendita!
Ser ou não ser – agora tanto faz...
       Eis-me aqui, Vida, desfrutar-te eu vou!




agosto 27, 2014 No Comments
O que torna a nossa época tão enfadonha é o fato de que todo mundo hoje em dia tem uma opinião (quase sempre genérica e superficial) sobre tudo. A mediocridade disfarçada de discurso inteligente, o otimismo exagerado e falso, e a tentativa de projetar a qualquer custo uma autoimagem de pessoa realizada e decidida transformam o cotidiano num deserto lúgubre e infértil, que apenas serve para a criação de novas ilusões e utopias.

agosto 27, 2014 No Comments
poesia sem poesia
sonhos estilhaçados
na crueza singela da vida,
homens silenciados.

vida sem poesia
insípido cotidiano
fantasia destruída
início de um novo ano.


agosto 27, 2014 No Comments
Descalço o homem repisa o chão já cansado.
Um caminho se lhe apresenta: continuar,
- mas como? -
se seus pés maltratados imploram por um oásis,
um refrigério, um sonho-ilusão, vida-doce-canção.

Marginalmente esquecido, necessita reaprender a olhar,
desapegar-se da dolce vita que tanto sonhara
para poder viver a experiência, ao mesmo tempo
aterrorizante e esplêndida, da realidade.

Numa confluência inesperada, mundos distintos:
- o racionalismo totalizante da vida;
- o escapismo transcendente da imaterialidade.
Mais do nunca é preciso reinventar-se.




setembro 09, 2012 1 Comments
Catapultar-me-ei às estrelas,
até o balé infinito das esferas,
atravessando nebulosas fabulosas,
galáxias turbilhonantes,
mundos de sóis e girassóis brilhantes,
pulsares, quasares, e tudo o mais que pensares.

E quando, ao final desta frenética jornada,
já cansado e procurando aconchego,
eu finalmente sossegar,
quero te reencontrar, lindo e azul,
oh, meu doce lar.

agosto 29, 2012 No Comments
Verdadeiramente mais verdadeiro que todas as verdades absolutas;
oh, insânia devoradora de todo crítico pensamento moderno;
vívida sombra ruminante a propagar a sua viscosa ideologia.


novembro 09, 2011 No Comments
Descolo-me desta pintura harmoniosa e precisa,
e, em tons de cinza, aprecio a antiga moldura
até conseguir reenquadrar o momento presente.
Desavisado, tento fotografar a realidade,
fazendo desta imagem o meu mundo;
um mundo recortado e incompleto – sim,
mas subjetivamente meu.



outubro 29, 2011 No Comments
luz, câmera, ação!?
inércia, paralisia, entropia
fome, descaso, inanição
insipiência acachapante
teatralismo reinante
vida, fosso e indecisão


outubro 28, 2011 No Comments
Meu coração é como um vulcão
há muito tempo adormecido,
entrando em forte erupção,
reclamando todo tempo perdido.

Viver sem amor é o pior castigo;
melhor seria ser maltratado,
preso a grilhões e aniquilado,
do que não poder ser um contigo.

O Amor, na vida, vence tudo;
e, apesar da frieza do mundo,
reinará o Amor eternamente.

Por isso, quero estar ao teu lado,
viver um sonho, inebriado,
amando-te de corpo, alma e mente.




janeiro 21, 2011 No Comments
Por que abriste as comportas desta torrente impetuosa
chamada paixão?
Por acaso, não sabes que todo este manancial contido irá,
aos poucos, sufocar-te?
Sentirás, então, uma pressão insuportável em teu peito;
perderás completamente o controle.
Tudo por causa de um certo nome murmurado,
com todo o carinho e cuidado, por entre as flores.


dezembro 19, 2010 No Comments
Não jures amor eterno,
pois, na vida, tudo passa;
o amor, que hoje ferve,
amanhã será fumaça.
***
A chaleira dos amores,
em constante ebulição,
confunde os sentimentos
e enlouquece o coração.
***
Porém, nunca te esqueças
de que só tens uma chance.
O final é sempre o mesmo;
a vida não é romance.



novembro 17, 2010 No Comments
O meu obscuro desejo
aumenta sempre e mais
toda vez que eu te vejo.
***
Eu quero ser o teu cais,
sentir-te em meus braços,
ouvir teus gemidos e ais.
***
Prender-te-ei em fortes laços
de um amor inquebrantável,
mais forte que ferros e aços.



novembro 02, 2010 No Comments
Porque tanta superficialidade? Tanto medo de amar?
Permanecemos distantes:
não nos entregamos, muito menos criamos laços;
é cada um no seu caminho.
Vivemos as nossas vidas em solitárias ilhas perdidas no meio do vasto oceano,
com medo, olha só, de molharmos os pés!


novembro 01, 2010 No Comments
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