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Mostrando postagens de dezembro, 2018

composição poética

um poema como um soco no estômago tentativa vã de fazer com que você reaja acorde de uma vez de seu sono sem sonhos um poema como uma delicada flor fazendo com que você aprecie a beleza o magnífico esplendor de gestos pequeninos um poema sem pudor que fale aquilo que é necessário que nos envolva com sua crueza e sinceridade um poema além e aquém longe e perto – trevas e luz paradoxo de uma vida plena de possibilidades

Sereníssima

Muito abaixo da superfície em um ponto equidistante entre a efervescência criativa e o desejo sem fronteiras está o cerne de um espírito ímpar E mais fundo ainda escondida até de si mesma a essência indelével de uma composição cujos primeiros acordes ainda ecoam uma sinfonia que transcende tempo e espaço fonte germinal de todo amor

Aquarela

Quero o verde da esperança, o roxo da dor, o azul da serenidade, o vermelho do amor, o cinza da tristeza, o branco da paz... Quero, enfim, o colorido da vida simplesmente, nem mais nem menos. 

Saudade

Aqui repousas tão perto e tão longe dentro daquilo que chamo coração Olho pela janela entre nuvens passageiras vejo o reflexo triste da lembrança: tempo de infância época de dourados sonhos nostalgia de um natal de mármore.

Ciclos

solstício de verão momento de desacelerar de olhar para dentro lembrar que tudo se renova tudo se transforma toma novos contornos pensar que fazemos parte do ecossistema não somos animais apartados de tudo tempo de ir além de calma e tranquilidade luz, energia, expansão

Nadificação

Desejo inconsciente de nada desejar de viver como pedras sem querer coisa alguma plainando sob o abismo sem sonhos nem expectativas Morrer um pouco a cada dia micromortes anunciadas que nos fazem amadurecer Lento processo de erosão, de desprendimento... milhões de toneladas de gelo que se deslocam rumo ao vasto Oceano

Sanidade

Ei-la, exsudando feminilidade, bem à minha frente. Outra vez não me faço de rogado; ébrio de prazer, levo-a ao delírio. Não procuro extrair da vida algum sentido, muito menos perco tempo com homens-sepultura; contento-me com o fugidio momento, com o etílico prazer de noite em boa companhia. Não tenho mais idade para me aborrecer à toa. Não quero estar com quem não ousa. Cala-te! Beija-me! A ilusão nos persegue por todos os lugares; no alvor da manhã, rasgamos o véu da loucura.

A Possuída

Devassamente me entrego ao homem que tanto cobicei Submeto minhas curvas a todos os seus caprichos, Vassala do meu próprio tesão Perdida nessa cama vazia Entre lençóis úmidos, sujos Com forte cheiro de suor e desejo insaciável Planejo o próximo gozo Não me venha com esse olhar reprovador! Conheço bem o seu puritanismo Não me prendo a ninguém, furtiva que sou Quero arder apenas, arder com intensidade.

Pathos

(Poema de Samuel Rocha) Borboletas no estômago – sussurram os enamorados – Nunca senti! Não a paixão, essa indubitável alcunha humana, as borboletas. Sempre pareceu-me mais com um aperto no peito Pela angústia tomado Pela alma, sempre pueril, inebriado Temido pelo coração cansado. Que, bem agora, tivesse pernas, estariam bambas Tivesse olhos, estariam suspeitos Tivesse razão, estaria longe Longe do perigo dessa roseira sem rosas O algoz é inexorável. Nada daria errado, tinha certeza! Eu estava errado. Experiência que de nada serve! Como se defender do ataque inesperado? Felizes os que não se apaixonam! Para amar, sou inadequado.

Poema para quem tem pressa:

Fui com tudo. Fiquei sem nada. Voltei feliz!  

Rosas... Violetas... Tão azuis...

(Autoria: Gleice C. Lanzoni) Não sei por que, mas sempre gostei mais da cor azul. É uma cor que me atrai profundamente, até o âmago da minh'alma. Talvez isso seja um resultado do meu fascínio, desde pequena, pelo céu de anil, pelo mar azul turquesa, por vestidos e olhos cerúleos... Enfim, o infinito deve ser formado por uma miríade de tons de azul, o que me faz querer desvendar e explorar cada vez mais, mergulhando no mistério celeste sem fim da existência.   Sempre achei as violetas flores muito difíceis de serem cultivadas. Elas não se adaptam a qualquer lugar,  há que se regá-las com todo apreço para não sucumbirem ao excesso de água e também para não morrerem pela falta da mesma. Penso numa analogia, que pessoas se parecem muito com flores, e para mim,  a violeta, apesar de parecer muito delicada,  é uma das flores mais bonitas e peculiares de nossa natureza. As pessoas violetas têm seu próprio mundo, vivem nele, sendo por isso muito difícil inv...

Mar de Incertezas

Debacle, fiasco, revés... Tentativas inócuas de clarificação Embaciado destino que nos acomete Experimentos, cálculos e teorias Terraplenagem, construções, obeliscos Válvulas, chips, desperdícios Vida assaz racionalizada Na esquina, à espreita, O pêndulo da dúvida. 

Cicatrizes

Trago na pele as marcas de um dolorido viver. Fui muitas vezes magoado e ferido, mas, para o meu opróbrio, tenho também que confessar que a outros machuquei. Se aprendi com os erros? Bem, acredito que tentei, que ainda tento me redimir de alguma forma. Ser uma pessoa melhor não é tarefa fácil. Somos todos imperfeitos. Achamos que o mundo gira ao nosso redor. Oh, fútil autoengano! A vida está no horizonte que vislumbramos, naqueles que amamos, no contínuo pulsar do coração humano. 

Tardança

Envelhecer sem envilecer; melhorar dia após dia. Ser mais do que se espera, seja aos oito ou oitenta anos. Ver a grandeza nas pequenas coisas e admirar a beleza que nos espreita. Tanto, tantas coisas a se fazer... Correndo contra o tempo, buscando muitas respostas! Talvez encontrar o que ainda nos falta e amar, amar sem medo, sem nenhuma explicação, incondicionalmente.  

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