Pular para o conteúdo principal

O que os versos não contam

Se queres me conhecer, leia meus versos. Não que eles revelem a minha essência, mas pelo menos darão uma visão difusa do que sou. Do que sou e do que não sou — o que, no fim das contas, pouco importa. O que realmente importa é que nada permanece igual. Tudo muda, lentamente, ao longo dos anos.

***

Muitas vezes, ficamos presos ao passado, remoendo ressentimentos e fracassos. Outras, nos acorrentamos a um futuro de sucessos e terrores que raramente se concretizam. Dizer qual é a melhor forma de viver é fácil, quase óbvio, pois todos conhecem a teoria. O difícil é passar da compreensão à ação e, principalmente, permanecer de pé em meio ao redemoinho de agitação e insensatez que tenta, a cada instante, nos derrubar.



Comentários

Compartilhe:

Postagens mais visitadas:

Um pouco mais de poesia

A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vontade de fazer diferente, de não ser como toda essa gente que só faz o que é preciso. Está mais do que na hora de vivenciar a poesia, esta  linda ave canora , à luz do dia a dia. E para além das palavras, um aroma doce e suave, uma canção sempiterna e um desejo de encontro.

Relicário

Palavras ao vento, perdidas no tempo; resquícios e relíquias de almas que não se encontram, de vidas que não se cruzam. Palavras de desalento e desencanto, ferinas, amargas, sinônimas de cicatriz, dor e pranto. Palavras sussurradas ao pé do ouvido, com carinho e cuidado, que reverberam nos sedentos corações. Palavras secretas, inconfessáveis, guardadas a sete chaves. Palavras de gratidão e prece, inaudíveis, transcendentes. Palavras e seus significados semânticos e românticos. Palavras: Caos e Silêncio.

Casa vazia

É o fim. É o fim de tudo, eu sei. Quando eu voltar, você não estará mais lá; casa vazia, coração em pranto, e nas mãos o açoite da realidade. Eu me arrastarei por entre cômodos e incômodos, calado, ouvindo palavras que você nunca disse, tentando, em vão, me iludir. Nas estantes, livros cheios de traços e traças; nas paredes, fotografias em preto e branco. As gavetas estarão vazias, a cama estará desarrumada, minha vida, desaprumada. O tempo começará a desmoronar, e eu me sentirei despatriado, perdido dentro de mim, caminhando rumo a lugar nenhum.