Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Belo porque triste, triste porque verdadeiro.
O ideal vem da incompletude;
O amor nasce do desencontro;
A esperança surge da falta de horizontes.


março 20, 2016 No Comments
É sempre a mesma história:
esquecer para prosseguir,
prosseguir e aprender;
atravessar a rua do tempo,
deixando sempre algo do outro lado,
sem jamais olhar para trás.

Cenas de um passado, de uma vida,
cenas felizes, cenas tristes, cenas que se apagam.
Basicamente, um filme sem cortes, sem retorno.
Suspiros perdidos, vozes esquecidas, lágrimas e suor...
Alegrias, esperanças, amizades, pessoas e lugares...

Acordar a cada dia tendo a certeza de que algo se perdeu;
tentar deliberadamente não sucumbir;
construir novas pontes, novas conexões
e, sobretudo, um novo caminho.


março 20, 2016 No Comments
Vindos de mundos diferentes,
tendo trajetórias opostas,
eles agora orbitam a mesma estrela,
buscam as mesmas respostas.
Nesta dança gravitacional graciosa,
querem se conhecer mutuamente.
Juntos, sem pressa e sem afobação,
veem apenas um horizonte:
viver o hoje como dádiva;
sabem instintivamente
que o amanhã não lhes pertence.


março 19, 2016 No Comments
Venha acender a minha chama, baby.
Eu quero estar ao seu lado esta noite,
ter a certeza de que você realmente me ama.
Quero me abrigar no seu corpo inflamado,
sentir o ardência dos seus beijos, do seu amor.
Eu serei seu; você será minha, for all eternity.
A febre da paixão nos guiará.
Deixemos tudo pra lá, que esta noite não tenha fim.


março 18, 2016 No Comments
Renuncia...
Renuncia à sua arrogância,
renuncia à sua vaidade,
renuncia à sua prepotência,
renuncia à sua falsidade,
renuncia à sua teimosia,
renuncia ao seu desejo de poder,
e abrevia esta longa agonia.

Não se pode ter tudo na vida.
É preciso não se apegar,
é preciso ser humilde;
um dia tudo termina.


março 17, 2016 No Comments
Tinha tomado o seu cafezinho (a internet estava lenta naquele dia),
tinha lido suas mensagens sem muito interesse.
Não era a primeira vez que lhe escreviam aquelas bobagens,
e o seu tédio aumentava a cada novo vídeo motivacional,
a cada novo e-mail recebido, nova postagem ou curtida;
sentia um decréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava num existência muito desinteressante,
onde cada hora nada tinha de importante,
cada novo clique levava a uma apatia,
e a alma se cobria de um vazio de sensações.



março 16, 2016 No Comments
Nas noites brancas,
nas cinzas das horas,
nas brumas do tempo,
espero...
Espero por quem partiu sem ter vindo,
por quem amou sem ser amado,
por quem muito se doou e nada recebeu.
Espero, mas sem esperança;
vivo na eterna lembrança
de tudo aquilo que foi sem ter sido;
melhor esquecer,
esquecer e ser esquecido.


março 14, 2016 No Comments
Você caiu de paraquedas na minha vida!
Entre uma lição e outra,
nos entreatos da docência,
encontramos, um no outro, abrigo.
A doçura de sua presença,
sua alegria radiante,
sua companhia amiga,
sua tez brilhante,
seu sorriso inefável,
seu olhar cativante,
tudo isso me faz perder os sentidos
– Fico inebriado! –, mas a sensação logo passa;
não preciso me preocupar:
você está ao meu lado.


março 13, 2016 1 Comments
Mais um dia...
Sonhando um sonho impossível;
ouvindo o povo a cantar;
lutando pelo amanhã
nas barricadas da vida.
Mais um dia...
Sentindo as dores do mundo;
secando as lágrimas;
escondendo as mágoas;
buscando uma segunda chance,
um novo começo.
Mais um dia...
Afastando as trevas da noite;
vencendo o ódio e a maldade;
espalhando a esperança;
vendo o raiar de um novo dia.




março 10, 2016 No Comments
Se arrependimento matasse, sobrariam no mundo apenas os psicopatas, os sociopatas e, principalmente, muitos políticos; este infelizmente é um breve resumo de tudo o que aconteceu. Pode parecer fantástico e irreal, porém, como estou muito doente, quero deixar aqui o meu relato. Não sei se essas minhas palavras serão lidas algum dia, não custa tentar.
O mundo seguia o seu ritmo normal e enfadonho. Um dia ouvimos falar sobre uma estranha epidemia que se alastrava por toda a Europa. A doença era rápida e letal. Toda a comunidade científica se debruçou sobre o caso em busca de respostas, mas nada descobriram. Aparentemente, nada daquilo fazia sentido. Aos poucos, a doença foi se espalhando para todos os outros continentes, causando uma mortandade nunca vista antes.
O momento mais difícil foi quando comecei a perder amigos, mulher e filhos. Fiquei totalmente desnorteado. Passei a perambular pelas ruas quase desertas de um mundo desolado. Para não enlouquecer busquei, com todas as minhas forças, encontrar uma resposta para tudo aquilo. Queria de toda forma descobrir a causa deste mal inexplicável.
Passei então a observar atentamente aqueles que tinham sobrevivido, e para o meu espanto, depois de muito tempo, percebi que aqueles que passaram ilesos pelo contágio eram, em sua grande maioria, pessoas que não sentiam nenhuma empatia pelo próximo.
Comecei a refletir sobre a razão de minha permanência neste mundo, chegando a duas conclusões, ambas errôneas. Primeiramente, eu pensei que era, como os outros sobreviventes, também uma pessoa sem coração, incapaz de me comover com o sofrimento alheio. Depois, seguindo outra linha lógica, pensei que talvez este fosse o sinal de que eu era a única pessoa normal, quem sabe até uma espécie de escolhido, um salvador da humanidade.
Agora que estou acamado e muito fraco, percebo o meu engano. Eu estava provavelmente no meio do caminho, a minha insensibilidade não era ainda completa, por isso a doença demorou tanto para revelar os seus sintomas em mim. O meu fim será, de certa forma, também a minha vitória. Não sei se estou certo, talvez haja alguma outra explicação para tudo o que aconteceu, quem sabe alguma superbactéria ou um vírus geneticamente modificado... A única coisa que sei neste momento é que estou contente com a minha explicação.
 

março 09, 2016 No Comments
Perdido numa densa floresta
de sonhos e desventuras,
o ser solitário que ali habita
busca desbravar uma nova trilha.
Incansavelmente, ele persiste...
Vai abrindo caminho a duras penas,
lutando, conquistando, ferindo-se.
Suas pernas cansadas, seu braços doloridos,
sua mente entorpecida segue incansavelmente.

Aos poucos, a escuridão desaparece,
e um brilho crescente e distante
começa a tomar conta de tudo.

Por fim, o ser solitário adormece
sem ter concluído o seu objetivo.


março 08, 2016 No Comments
"O homem é a medida de todas as coisas", essa máxima do antigo filósofo grego ainda é, de certa forma, muito válida hoje em dia, pois, no que concerne a nós mesmos, aos nossos sentimentos e sofrimentos, não possuímos outros parâmetros que não os nossos. Toda experiência humana é única e intransferível. Ninguém sabe exatamente, nem nunca saberá, qual é o mistério escondido por trás de cada existência. Somente nós podemos descortinar o nosso próprio mistério, porém – eis uma verdade insofismável – não somos capazes de comunicá-lo a ninguém.


março 07, 2016 No Comments
Quando arruinamos tudo,
quando nos sentimos derrotados,
quando o pesar é muito grande,
quando não conseguimos pensar em outra coisa,
quando nos desprezamos e nos sentimos horríveis,
quando o desespero bate à porta,
quando deixamos de mentir para nós mesmos,
quando nos encaramos no espelho,
quando tiramos todas as máscaras,
quando não há mais nada a perder,
é que a vida se renova.


março 05, 2016 No Comments
Racionalmente, desvendamos o mundo. Buscamos repostas para tudo. Criamos padrões, leis e teorias. No entanto, não possuímos a noção exata do número de coisas que desconhecemos, não sabemos, portanto, qual é ao certo o tamanho da nossa ignorância. É claro que o “não saber” deve ser sempre um estímulo para o “saber mais”. Porém, não podemos aspirar ao pleno conhecimento. É uma ilusão muito atraente acreditar na infalibilidade racional do homem. A nossa pretensão intelectual será sempre frustrada por dois simples fatos: primeiro, a vida é curta; segundo, a nossa capacidade cognitiva é limitada. Em cada infinito existe muitos outros infinitos. Toda resposta leva inevitavelmente a uma nova pergunta.

“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate entre os contrários.” (Heráclito)



março 02, 2016 No Comments
fingir aquilo que não se sente
seguir todos os ditames sociais
ser exatamente aquilo que se espera
crer na própria mentira
aceitar o ledo engano
simular a própria existência
tornar-se uma cópia de si mesmo

Enfim, viver algo muito parecido com a vida.


março 01, 2016 No Comments
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