Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Segredos, mentiras, limites
Desejos, loucuras, obsessões
Totalmente fora de controle
Mais um passo... rumo ao abismo
Advertências ignoradas
Descompasso
Derrota da razão
Força primal rediviva.


julho 09, 2017 No Comments
Perdi o meu ponto de ancoragem...
A concretude ilusória dos meus devaneios se esfacela ao contato do real.
9,8 m/s²
Queda livre
Impacto em T-minus 10, 9, 9.9, 9.8, 9.7...
Nunca chegarei ao fim!?


junho 13, 2017 No Comments
“A visceralidade da vida só atingirá a sua plenitude quando renunciarmos a todo delírio utópico e a toda febre metafísica.”


junho 12, 2017 No Comments
Amo sobretudo aquelas pessoas que possuem um espírito tão atormentado quanto o meu. Vejo nelas, como num espelho, a exasperação contínua da angústia de se saber verdadeiramente incompleto e finito. Nada é mais cansativo e entediante do que a superficialidade de quem se acha muito profundo, sensato e bondoso. O mundo é dos loucos e trôpegos, daqueles que, com seu passo cambiante e torto, vivem assolados por constantes cumes e abismos internos – só encontramos autênticas reverberações nos espíritos que ousam ir além da dor.


junho 12, 2017 No Comments
Um dos nossos maiores medos na vida é o da deterioração produzida pela ação do tempo. A verdade é que o tempo é cruel, insensível e persistente; obliteração de memórias, esfriamento de sentimentos e enfraquecimento de laços outrora fortes são alguns de seus efeitos mais recorrentes. É certo que, no fim das contas, ele irremediavelmente nos vencerá, mas não devemos por causa disso deixar de combater o bom combate, até o fim. Conservar é preciso! Temos que resistir à frouxidão que aos poucos toma conta de todas as coisas. O ser humano responde sempre a estímulos. Infelizmente, quando todos os estímulos cessam, tudo tende a desaparecer em pouco tempo. Por isso, se queremos que alguém realmente permaneça ao nosso lado, temos que superar o nosso egoísmo e constantemente mostrar a esta pessoa o quanto ela é importante para nós.


junho 11, 2017 No Comments
Mediocridade: viver uma vida sem reflexões, sem tristezas profundas e agonias torturantes; ser uma pessoa sem vício algum, ostentando a todo momento uma moral falsa e fajuta; não se deixar levar por paixões momentâneas, pelo prazer de se viver intensamente algo por medo do julgamento alheio; não se entregar à loucura fustigante da existência; fingir que o desejo não é a força motora da humanidade; querer ter uma resposta para tudo, um sentido a priori para a vida; ser extremamente racional e metódico, um chato de galocha; anunciar a todos a sua verdade recém descoberta; achar-se o máximo a todo instante; nunca se abandonar ao Infinito que nos envolve e, aos poucos, nos dilacera.


junho 10, 2017 No Comments
Uma agonia excruciante invade o meu ser;
sinto em mim os estertores da derradeira ilusão.
Faz um silêncio absoluto, ensurdecedor.
Toda esperança agora possui uma aspecto natimorto;
nem sublimar o que quer seja eu consigo mais.
Vácuo... Frio... Esquecimento...
Transfiguração


junho 09, 2017 No Comments
Encontrar-te-ei aonde quer que tu andes;
não quero ser como os outros,
quero ser J. Pinto Fernandes.
Mesmo sabendo que se trata apenas de uma rima,
que haverá sempre pedras no caminho,
que as luzes da festa logo se apagarão,
desejo arder intensamente pelo efêmero tempo que ainda nos resta.


junho 09, 2017 No Comments
Naufrágio, desmoronamento, destruição
Estragos, escombros, ruínas
Nonsense viver...
Distraídos sobreviveremos.
...
Nos cumes do Desespero,
a vertigem agônica
o Vazio obliterante
o Caos, o Nada e Tudo.


junho 08, 2017 No Comments
Uma força da natureza:
idiossincraticamente múltipla,
mas ao mesmo tempo única;
de uma personalidade fulgurante,
repleta de nuances, mistérios e fervores;
peculiarmente inteligente,
ousadamente bela,
inalcançável e vulcânica;
puro abismo e paroxismo. 


junho 08, 2017 No Comments
Era uma noite fria. Quatro amigos se reuniam mais uma vez para compartilhar os seus anseios e dizer suas meias verdades. O que cada um revelava era demasiado pouco em comparação com aquilo que guardavam para si mesmos. O medo de que uma dose extra de sinceridade corroesse a harmonia da mesa pairava sobre copos e mentes. Realidade A: O encontro foi extremamente agradável, todos ficaram contentes e voltaram para suas casas satisfeitos com o fugaz momento que juntos tiveram. No entanto, por mais que se esforçassem, depois daquele dia, e durante o resto de suas vidas, a hipocrisia os perseguia por todos os lugares; a moral os oprimia constantemente; suas mentiras os chicoteavam; viviam como escravos de suas próprias palavras e convicções; e, acima de tudo, não conseguiam escapar de seus enclausuramentos autoimpingidos. Realidade B: O encontro foi extremamente agradável, todos ficaram contentes e voltaram para suas casas satisfeitos com o fugaz momento que juntos tiveram. Depois daquela noite, através de muita força de vontade e dedicação, cada um procurou desconstruir em si a hipocrisia que os afastava de uma vida plenamente autêntica; verdades foram ditas – tanto para si mesmos como para outros –; e, como sempre acontece na vida, algumas amizades sobreviveram, outras não. Realidade Z: Nada disso aconteceu; não havia bar nem hipócritas; não havia história nem narrador... O Vazio paradoxalmente preenchia tudo.

(Nota de rodapé: as realidades de C a Y não foram descritas, mas elas também coexistem dentro do mesmo Multiverso de infinitas probabilidades.)

junho 08, 2017 No Comments
Mesmo sabendo que nunca encontraremos um sentido a priori que justifique a nossa existência. Mesmo tendo consciência de que caminhamos inexoravelmente rumo ao Nada, ao vazio que abarca a tudo e a todos em algum ponto do futuro. Mesmo reconhecendo a insignificância do ser e a sua total irrelevância, seja em atos, palavras ou obras. Mesmo assim, quero registrar aqui algo indubitável: és importante e deveras querido em meu universo interior, que é o lugar onde habita a essência mutável daquilo que sou – pelo menos por um breve período.


maio 29, 2017 No Comments
Somos seres incompletos, imperfeitos e insatisfeitos. Vivemos, portanto, sempre à procura de algo que nos torne completos, perfeitos e realizados. Mas onde poderemos recuperar aquilo que nos falta? Estará esse pedaço perdido escondido no mais íntimo do nosso próprio ser ou guardado em outro alguém que ansiamos muito por encontrar?
 Bem, nem tudo o que procuramos no outro está dentro de nós, e nem tudo que nos falta pode ser preenchido por outra pessoa. Não acho, no entanto, errado buscar no outro algo que nos falte, errado é nos submetermos a situações ruins nessa busca, fingindo que encontramos aquilo que tememos nunca encontrar, ou mesmo nos enganando com a afirmação de que não nos falta coisa alguma. Se há carência e solidão, provavelmente há algo faltando, e este algo pode ou não ser encontrado, isso depende muito das circunstâncias, empenho e características de cada um.
 Devemos aprender a lidar com os vazios que existem dentro de cada um de nós. Cada indivíduo traz consigo o seus defeitos, vícios e carências, por isso devemos crescer juntos, descobrindo aquilo que nem suspeitávamos que poderia haver de bom no outro, criando um caminho em comum de desenvolvimento e superação. Eu sei que conviver não é nada fácil, porém uma coisa é certa: sozinhos naufragaremos irremediavelmente.
 Não há respostas prontas, não existe nenhum caminho plenamente seguro. Na vida, sim, tateamos no escuro muitas vezes, mas quase sempre encontramos mãos solidárias dispostas a nos ajudar. O importante é não nos fecharmos, negando a nós mesmos todo e qualquer auxílio. Enfim, ninguém é tão autossuficiente que não precise de alguém, e ninguém é tão necessitado que não possa ajudar outra pessoa – não devemos nunca nos esquecer disso.


abril 16, 2017 No Comments
Nós possuímos uma clara tendência à criação de padrões, estabelecendo em tudo relações de causa e efeito, criando assim – pelo menos em nossas cabeças – uma sistematização de algo que nos parece caótico. Não me refiro aqui a existência ou não de padrões na natureza, nem ao modo mais adequado para perceber tais padrões, me atenho principalmente ao fato de que somos seres moldados evolucionariamente para a busca de sentido. Arquitetamos narrativas para a criação do mundo; inventamos histórias que justifiquem os nossos sofrimentos; buscamos respostas para os mínimos eventos do nosso cotidiano; entrelaçamos todas as coisas em um arcabouço teórico ordenado, lógico, verossímil, porém falso. A problemática neste ponto está na dificuldade que temos de nos desapegarmos de nossas próprias certezas; o homem, de fato, sempre será “a medida de todas as coisas”, não temos como fugir das limitações impostas pelos nossos sentidos e, principalmente, pela nossa restritiva capacidade cognitiva.  O que nos resta, caso tenhamos coragem, é “ousar saber”, mesmo que esse saber contradiga aquilo que acreditamos mais profundamente, mesmo que o quadro pintado seja desolador. Crescer apesar de toda a dor ou resignar-se com as respostas prévias já obtidas, eis a questão.


março 15, 2017 No Comments
 Antes de qualquer coisa, devemos entender que religião é tradição, é ouvir a sabedoria dos nossos antepassados, é aprender com os erros daqueles que já trilharam o mesmo caminho que estamos trilhando agora.
 Podemos cultivar uma espiritualidade sem uma religião que a sustente, podemos inclusive cultivar uma espiritualidade sem Deus, mas o que a experiência nos mostra é que as pessoas que possuem uma religião e a praticam conseguem desenvolver muito mais facilmente a sua espiritualidade.
 De um modo geral, as pessoas mais espiritualizadas são as religiosas, pois estas seguem preceitos e orientações, dedicando a sua vida a uma contínua busca pelo aprimoramento próprio. Quando o indivíduo abandona a religião e tenta ele mesmo cultivar essa espiritualidade ao seu modo, ele acaba geralmente afrouxando o seu compromisso pessoal com a sua própria melhoria – antes a pessoa tinha que ser melhor porque Deus queria, agora ela precisa ser melhor pelo simples fato de que quer ser melhor (e sabemos muito bem como somos autoindulgentes quando dependemos somente de nós mesmos).
 Na famosa frase de Dostoiévski: "Se Deus não existe, tudo é permitido", temos, de um lado, o arcabouço moral de uma tradição milenar a nos orientar e, de outro lado, o homem abandonando a sua história, o seu passado, decidindo por si mesmo o que é certo e errado. Eis o dilema: seguir a trilha demarcada por aqueles que vieram antes de nós ou abrir a golpes de facão um novo caminho?
 Espiritualidade (sem religião) é trilhar o próprio caminho, sozinho. E sozinho é bem mais fácil se perder. É claro que podemos alcançar ótimos resultados sem nenhum auxílio externo, demorará mais tempo, maiores serão os obstáculos, mas os resultados também poderão ser muito satisfatórios. Cada um escolhe o seu próprio caminho: vencer somente às custas do próprio mérito é muito honroso; vencer utilizando ferramentas, métodos e a sabedoria acumulada de séculos não é nem um pouco vergonhoso.


março 15, 2017 No Comments
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