Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

Debacle, fiasco, revés...
Tentativas inócuas de clarificação
Embaciado destino que nos acomete
Experimentos, cálculos e teorias
Terraplenagem, construções, obeliscos
Válvulas, chips, desperdícios
Vida assaz racionalizada
Na esquina, à espreita,
O pêndulo da dúvida. 

dezembro 09, 2018 No Comments
Trago na pele as marcas de um dolorido viver. Fui muitas vezes magoado e ferido, mas, para o meu opróbrio, tenho também que confessar que a outros machuquei. Se aprendi com os erros? Bem, acredito que tentei, que ainda tento me redimir de alguma forma. Ser uma pessoa melhor não é tarefa fácil. Somos todos imperfeitos. Achamos que o mundo gira ao nosso redor. Oh, fútil autoengano! A vida está no horizonte que vislumbramos, naqueles que amamos, no contínuo pulsar do coração humano. 

dezembro 07, 2018 No Comments
Envelhecer sem envilecer;
melhorar dia após dia.
Ser mais do que se espera,
seja aos oito ou oitenta anos.
Ver a grandeza nas pequenas coisas
e admirar a beleza que nos espreita.
Tanto, tantas coisas a se fazer...
Correndo contra o tempo,
buscando muitas respostas!
Talvez encontrar o que ainda nos falta
e amar, amar sem medo, sem nenhuma explicação,
incondicionalmente.  


dezembro 06, 2018 No Comments
Contínuo rastejar rumo ao Nada.
Petrificante sensação de agonia.
Paradoxos de uma vida desgraçada.
Pútrido ar que impregna e asfixia.
Rima rica, frase feita, parco horizonte...
Amores, trabalho, família, ah, nem me conte!
Tempestade que aos poucos se avizinha;
Calmaria após tudo para a alma pobrezinha. 

novembro 30, 2018 No Comments
Seguir apressadamente pelo caminho da insensatez...
Perder-se dentro de alguém em busca de si mesmo...
Fazer desta vida algo melhor do que ela realmente é...
Laivos de ternura, sonhos de verão, ciprestes e amargura.
Um porto amigo, um lugar onde enfim repousar;
ali, algures perto do coração selvagem,
algo acontece, surgindo inopinadamente,
somente para um dia,  sem nenhuma explicação,
desaparecer nas brumas da tempo. 

novembro 25, 2018 No Comments
Às vezes, sou efusivo e caudaloso;
às vezes, frio, calado, indiferente.
Tenho a solidão por companheira
e o sol da ilusão como farol.
Não sou tantos quanto queria
nem sou aquilo que sonhara.
Proscrito de mim mesmo,
a vagar sem horizonte,
sou o vislumbre sem viço de outrora,
sou um turvo despertar hora após hora.


novembro 22, 2018 No Comments
Perdido no caminho que me leva à loucura,
eis que a encontro, candente e bela;
não é um poço de ternura,
mas sabe resolver toda querela.

Sua ausência é sempre logo percebida,
pois altera as cores por onde passa.
Tem um quê de “trem desgovernado”;
só que nunca descarrila, tudo enlaça!

Regressa sem prévio aviso;
parte quando quer.
Caminha nos astros, distraída...
Ah, quem pode com tal mulher!


novembro 19, 2018 No Comments
Entre as flores que vicejam em ledo prado,
atrás de muros que nada protegem,
lá, longe de tudo, em meio à proteção que eu mesmo inventara,
olho atentamente para tudo e não sinto nada.
Começo então a correr e a todo custo tento fugir de mim mesmo.
Depois de algum tempo encontro uma cerca, casas, uma realidade.
Pulo a cerca, respiro fundo, observo atentamente as casas;
rachaduras, sofrimentos, risos, vidas entrelaçadas.
Uma forte chuva começa a cair e, cansado,
deito-me na relva molhada.
Depois de algum tempo, tudo volta ao normal.
No céu, entre nuvens que se dispersam,
há um brilho, um calor, uma dádiva.


novembro 18, 2018 No Comments
Abandonei a todos e fui-me embora.
Não disse para onde iria,
não deixei nenhum recado,
apenas segui em frente.
Atrás, as recordações; à frente, o silêncio.
Tentei apagar todos os resquícios de uma náufraga existência.
Busquei, em vão, o que a mim não pertencia.
E, quando tudo se mostrava irremediavelmente perdido,
eis que algo inesperado aconteceu.
Com um afável sorriso no rosto e um olhar compassivo,
numa rua erma e esquecida,
lá estava você outra vez vindo ao meu encontro.


outubro 29, 2018 No Comments
Não quero escrever nada muito profundo,
não quero ser tomado por um tolo sentimento
do quanto os oprimidos sofrem,
ou de quanta injustiça há no mundo;
quero apenas viver aquilo que pode ser vivido.
No prosaísmo do cotidiano, papo furado entre amigos,
boa comida, um bom vinho,
trabalho – dia após dia, descanso, família.
Sempre contra um mundo melhor,
contra um novo homem,
mas com posturas e valores, é claro;
só os chatos e entediados já acordam pensando em revolução. 



agosto 06, 2018 No Comments
No altar do Nada,
em meio a corpos e coisas,
contemplo a deterioração constante de tudo.
Uma piada sobre algo do cotidiano;
um cão que ladra;
uma mulher que passa.
Dias, semanas, meses, anos...
A imagem que vejo no espelho não é mais radiante.
Sempre uma única direção, sempre o mesmo acre sabor.
...
Deleito-me, enquanto posso.



julho 17, 2018 No Comments
Um brinde à burguesia!
Ela não fede, mas, como todo mundo,
quer também ficar rica.
Não quero aqui fazer poesia,
quero falar mesmo é da vida comezinha;
aluguel, contas, plano de saúde, uma boa escola para os filhos...
Não é nenhum crime querer algo mais!
Vender, comprar; ter princípios e valores;
crescer na vida à custa do próprio labor.
Uma piscina cheia de ratos é própria daqueles que vivem do suor alheio,
daqueles que, por não suportarem a própria mediocridade e incapacidade,
adoram culpabilizar aquilo que chamam genericamente de “O Sistema”.


junho 15, 2018 No Comments
O que nasce, o que medra, o que fenece;
tudo está circunscrito no tempo,
tudo é frágil, limitado, efêmero.
Estações que se sucedem;
precipícios que se avizinham.
O medo da aniquilação, do regresso ao nada,
intensifica os prazeres do agora.
Na natureza selvagem, junto com outros animais,
o animal homem constrói seu refúgio,
cria seu próprio mundo e inventa outras tantas possibilidades.

março 14, 2018 No Comments
Não existe nada mais constante do que a inconstância.
Hoje vejo.
Amanhã não vejo.
O que parecia eterno se dissolve aos poucos.
Eu miro outra vez teu conhecido semblante
e a única coisa que enxergo são lembranças.
Dia após dia...
Ano após ano...
Partidas, encontros; idas e vindas.
Ergo-me mais uma vez e prossigo.


março 10, 2018 No Comments
O açoite da desesperança assola o mundo dos vivos, dilacerando sonhos, fantasias e expectativas.
Cravado no coração das trevas, um mistério sepulcral se esconde.
No umbral último, a seguinte inscrição:
“Abandonai, vós que entrais, aqui toda a esperança.”
Nove círculos de agonia, dor e sofrimento.
A alma como um leito seco de rio
Uma angústia silenciosa e crescente
Um passo em falso
abismo


março 09, 2018 No Comments
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