Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

A morte não carrega em si nenhum grande mistério, mas a vida sim. Não é difícil perceber, por um lado, que a não-existência é a principal e mais constante regra do universo e, por outro, que a existência é simplesmente uma maravilhosa exceção. Estar aqui e ter consciência disso é de uma magnificência incomensurável. E poder dividir esse momento com vocês é melhor ainda! Feliz Ano Novo!

dezembro 30, 2016 No Comments
Dragões, espaçonaves, zumbis, vampiros, ciência, magia - podem colocar tudo o que quiserem na tela do cinema, só não se esqueçam, por favor, de contar uma boa história.
Hoje, os efeitos especiais, cada vez mais, tomam o espaço de um bom roteiro. Explosões, acontecimentos fantásticos e muita ação desenfreada estão, não sei se intencionalmente ou não, substituindo uma boa narrativa. As personagens, que antes eram o núcleo do filme, transformam-se muitas vezes em meros joguetes da trama, pois o que importa mesmo é mostrar a riqueza de um universo criado para conter a insanidade decorrente de duas horas ininterruptas de completa estupefação (ou puro tédio).
A imaginação sem limites e os efeitos especiais devem, sim, ser usados, mas da forma correta, como recursos narrativos, e não como fins em si mesmos. Não há nada de errado em querer ver mundos fantásticos, robôs gigantes, seres sobrenaturais ou raças alienígenas. O problema está em se esquecer que o que cativa realmente o público, para além da fantasia, são os dramas pessoais das personagens.
A arte deve ser sempre humanizadora, trazendo às pessoas experiências pelas quais já passaram, ou que (o que é mais provável) nunca venham a passar, mas que servem de pontes para a vida real. A magia do cinema não está só na sua capacidade evidente de nos fazer esquecer dos problemas diários, mas principalmente na sua relação direta com os dramas da vida.


dezembro 19, 2016 No Comments
O conhecimento é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados (alguém mais inteligente e mais vivido do que eu com certeza já deve ter dito isso antes). Somos seres banais, superficiais e fúteis, quem disser o contrário disso é porque, além dessas três coisas, é mentiroso também. Há que se compreender que o excesso de informação de nossos dias não gera, por si só, conhecimento, pois, para se chegar ao conhecimento, é preciso selecionar qualitativamente as informações úteis num arcabouço que tenha pelo menos dois elementos: lógica interna e lastro na realidade.


outubro 31, 2016 No Comments
Sim, sou eu,
eu sou o Grande Fingidor,
fingindo que o meu coração é seu,
fingindo que tudo está bem,
fazendo do mundo o meu palco,
buscando sempre novas paragens.
***
Eu sou
tão líquido quanto a modernidade,
tão real e absurdo quanto a vida,
tão obsessivo e irracional quanto o ser.
Prisioneiro que sou da liberdade,
chego a acreditar em tudo,
até mesmo no amor.
***
Sou, enfim, o grande ressentido,
o falso altruísta, o grande demagogo.
Sou a verborragia desvairada e pedante,
a piedade não piedosa e a incongruência.
***
Sou porque percebo o Tempo e contemplo o Nada.


setembro 09, 2016 No Comments
Mirando o espelho, vejo, aterrado, a minha própria deterioração. Vislumbro então o esboço de um futuro nada promissor, e, de uma forma quase que instintiva, percorro o meu passado em busca de algo um pouco mais acolhedor. Regresso, pois, ao precioso momento em que achei que tivesse me encontrado finalmente comigo mesmo diante da presença de uma pessoa que me era, naquela época, muito querida; sussurro as palavras: fique comigo, não me abandone; sim, tudo agora está envolto nas brumas inexoráveis do tempo.


setembro 09, 2016 No Comments
Estar certo ou ser feliz – eis a questão. A grande maioria das pessoas prefere sem titubear a segunda alternativa, achando que assim poderão estar certas também, o que pode se mostrar um grande erro a longo prazo, pois a maior improbabilidade que existe é a probabilidade de que tudo esteja ao nosso alcance e controle. Não é à toa que o mundo é do jeito que é, e isso não é de hoje, quem sabe os homens do Paleolítico fossem bem menos lascados do que nós; a vida poderia ser muito mais dura naquela época, no entanto, devido sobretudo às necessidades de sobrevivência da espécie, não havia tanto tempo ocioso para ficar pensando em determinadas bobagens.  Mas voltando à questão inicial, os debates de ideias hoje em dia possuem quase sempre apenas um lado - geralmente o mais errado e estúpido. Ninguém quer mais procurar fatos e evidências. Refutar, aprofundar ou discutir algo dá muito trabalho, o melhor é aceitar que as coisas são como são, não duvidando de nada. Complicar pra quê, não é mesmo!? O melhor talvez seja ir tomar um sorvete, agora! Como dizem, o universo está sempre conspirando a nosso favor, é... talvez ele não tenha muito o que fazer.


agosto 28, 2016 1 Comments
Há muito tempo, numa galáxia muito, muito desimportante, num quadrante esquecido de um sistema solar ainda mais desimportante, encontramos um pálido ponto azul; ao nos aproximarmos, porém, um pouco mais, verificamos tratar-se de um pequeno planeta praticamente inofensivo e irrelevante. Os habitantes, quase sempre entediados, desse planeta queriam audaciosamente chegar aonde nenhuma espécie jamais esteve, pois achavam que assim, de alguma forma, sentiriam um pouco menos de tédio.
Para tal grandiloquente objetivo criaram e desenvolveram supercomputadores, foguetes, satélites, robôs e naves espaciais. Primeiramente, colonizaram a lua próxima, depois o planeta vizinho, o que consideraram apenas conquistas de pouca monta, por isso, ainda insatisfeitos, saíram em busca de planetas habitáveis fora de seu próprio sistema solar. E, para que esse intento fosse possível, construíram uma grande espaçonave usando toda a tecnologia e ciência acumuladas; uma nave totalmente autossuficiente para abrigar várias gerações dessa espécie audaciosa e entediada, pois, já que se tratava de uma viagem muito, muito longa, uma viagem na qual o curso inteiro de uma vida não era quase nada, a nave teria que ser um lar, mesmo que provisório, para os vários descendentes da equipe de bordo original.
A viagem inicia-se. Gerações e gerações se sucedem. Após muito tempo perdidos no espaço, enfrentando vários problemas técnicos, éticos e falhas no computador central, não encontram nenhum planeta que possa sustentar minimamente a vida, muito menos encontram outras formas de vida. A viagem prossegue. A imensidão e o vazio parecem não ter fim. O objetivo inicial da missão acaba sendo esquecido, e histórias e mitos, consequentemente, passam a povoar o imaginário dessa desalentada tripulação.
Centenas de anos depois, quando todos já não tinham quase mais nenhuma esperança, acabam encontrando um sistema solar com colônias abandonadas. Ficam todos eufóricos com a concretização de um sonho: realmente existe vida no universo, e vida inteligente! Procuram avidamente por todos os lados, mas só encontram resquícios de uma antiga e avançada civilização há muito extinta.
De repente, uma esfera de um azul estonteante é detectada pelos radares e sensores da nave. O computador central confirma a compatibilidade do planeta – finalmente um lugar habitável. Após uma aterrisagem perigosa, os sobreviventes desta longa jornada ficam extasiados com o que veem: imensas florestas, rios, mares e oceanos, além de uma diversidade muito grande de seres vivos, formada basicamente por animais estranhos com uma baixa capacidade cognitiva.
Curiosamente, em algumas partes desse planeta abandonado, ainda era possível encontrar pequenos sítios arqueológicos deixados pelos primeiros habitantes daquele mundo. Muitas hipóteses do que teria acontecido foram aventadas, contudo, com o tempo, até mesmo estas histórias acabaram no esquecimento. O planeta foi, aos poucos, totalmente colonizado.
Porém, apesar de tudo, o tédio ainda persistia.

agosto 10, 2016 No Comments
Uma avenida de ipês amarelos; um coreto com peixes coloridos; vários restaurantes e muita água rolando por baixo de uma velha ponte; uma igreja com suas colunas e altares laterais; um colégio e seu porão; um coração de fumaça desfazendo-se num céu de brigadeiro; uma estação de trem chamada vida; uma terra de amores, sonhos e alegrias...

agosto 06, 2016 No Comments
Sussurro no seu ouvido palavras desconexas.
O vento fustiga as janelas.
Aqui, com você, está quente, mas lá fora a tempestade ruge.
Por um instante a existência parece fazer algum sentido.
Eu sei que, ao canto da cotovia, tudo se dissolverá,
(ah, o rolo compressor da realidade)
mesmo assim, neste momento, quero apenas contemplar
um pouquinho mais as curvas suaves do seu corpo,
fixar na minha memória o seu sorriso.


julho 29, 2016 No Comments
Já fui pra Pasárgada – lá não me quiseram.
Já tropecei na pedra do caminho largo.
Fui ao meu amor sempre atento,
mas não durou muito.
Hoje, a minha vida não está completa,
nem tocar um tango argentino eu posso mais.
Fico aqui, com esta minha fala entupida,
compondo quimeras,
buscando regressar à terra das palmeiras
e do sabiá.


julho 27, 2016 No Comments
Tropeço na noção de tempo
e me esparramo na relva molhada;
contemplo nuvens de glórias passageiras
até mergulhar num céu azul-piscina.
Volto aos tempos de criança.
Há uma toca de coelho no meu jardim;
faço-me de explorador e, audacioso,
encontro Beatriz e Virgílio pelo caminho.
Hipopótamo, anos, séculos, eras...
Tudo retorna para o mesmo ponto,
para a mesma singularidade.
A vertigem finalmente passa,
descerro os olhos:
nuvens, céu azul, infinito


julho 26, 2016 No Comments
Uma longa noite
frio
muitas estrelas brilham num céu de abandono
O passado reverbera...
tantas esperanças, tantos sonhos
Os predadores estão por todos os lados
Os recursos são escassos

Ao redor de uma fogueira improvisada
homens contam histórias sobre homens
que contam histórias.


julho 24, 2016 No Comments
O frio estava intenso; a neblina dava à rua um ar de imaterialidade. O sol, ainda tímido, exalava os seus primeiros suspiros. Meus passos candentes abriam caminho através da cidade solitária. Aos poucos, as casas foram criando vida, e as ruas ficaram cheias: pedestres, cachorros, carros, bicicletas, crianças, conversações, gritos, latidos e buzinas. A ordem estava de novo estabelecida.


julho 22, 2016 No Comments
Eu sou
Tu não és
Ele/Ela se foi
Nós éramos
Vós fostes
Eles erram


julho 22, 2016 No Comments
virei à esquerda
depois à direita
acabei na contramão
Tentei corrigir a minha rota de colisão, mas não deu certo: avancei mais uma vez o sinal vermelho. Parei por causa da faixa de pedestres; vi uma mãe que passava segurando o filhinho pela mão. Pensei comigo se eu não poderia ser, no outro, alguém... escapar desta nossa insustentável condição.


julho 21, 2016 No Comments
Vou chamar o técnico da felicidade para ver se conserto esse desconforto permanente que sinto. Depois irei ao hipermercado comprar um pouco de espiritualidade em conserva. O dia está tão lindo! Ah, pare de falar dessas bobagens... Quero apenas me divertir mais um pouco; a vida passa tão rápido. Você vem ou não vem?


julho 21, 2016 No Comments
O andarilho, após uma longa noite de frio, levantou do banco em que dormia e seguiu rumo a


julho 21, 2016 No Comments
Eu olho para uma parede branca, e de tanto olhar acabo percebendo certas nuances, imagens distorcidas, que aos poucos vão tomando forma; de repente, não estou mais diante de uma parede branca, há ali uma imagem nova, cheia de significados, padrões, cores e simetrias; porém, com o tempo, acabo entediado com aquilo que vejo, passo então a olhar novamente para esta parede, fixo meus olhos nela até que, já muito cansado e quase arrependido, a única coisa que vejo é simplesmente uma branca parede.


julho 20, 2016 No Comments
Como diria Schopenhauer: “É só futebol!”


julho 20, 2016 No Comments
Alma pouco gentil, que me partiste,
deixando a minha vida descontente;
encontrou outra... foi-se impunemente,
deixando-me aqui deveras triste.
...


julho 20, 2016 No Comments
Mudam-se os tempos, mas não as iniquidades,
Muda-se o ser, fica a desconfiança;
Tu és passado… É tempo de mudança…
Vislumbro novas possibilidades.
...




julho 19, 2016 No Comments
Sente-se.
Ouça as minhas palavras, mas não as ouça com fervor; muito menos busque mistérios escondidos em cada fresta, em cada cantinho.

O caminho era acidentado;
uma tênue luz ao longe brilhava.
A pouco e pouco a velha casinha
despontava.
A grade estava enferrujada;
o jardim, coberto de mato;
e a varanda, empoeirada.
Nenhum cachorro latiu…
Não havia ninguém à minha espera.


julho 19, 2016 No Comments
Não vou aqui multiplicar palavras.
A claridade nem tudo evidencia.
O porão, trancado, está cheio de traquinagens
e de caixas empoeiradas.
A chave!? Bem… escondida.




julho 17, 2016 No Comments
desaprendendo tudo aquilo que aprendi na escola
duvidando finalmente da minha razão infalível
descrendo das muitas coisas que vi e vivi

O mundo não é mais o de outrora...

Atravesso um jardim de rosas e cactos,
aprecio a beleza triste e singular que emana
de um mundo circundante no qual sou
apenas um transeunte cego e desavisado.


julho 17, 2016 No Comments
Menos açúcar, por favor
escrevo, reescrevo, rasgo
Nas entrelinhas
tento suprir o que a minha
excessiva adjetivação não alcançou
Silêncio
mudo o que estava ancorado
contínua busca perdida da
vida, amor e arte
deriva

julho 16, 2016 No Comments
Um dia desses, eu pego você e acabo com essa sua mise-en-scène. Sairei com certeza todo arranhado mas contente. Abandonarei o fio de Ariadne para me perder definitivamente no labirinto insondável do seu coração. E nada mais de artimanhas e precipitações, minha felina ferina. Previsão do tempo para amanhã: “Choverá sobre o nosso amor.”
L.

julho 16, 2016 No Comments
Procuro desesperadamente no site de busca e apreensão; não acho nenhuma resposta que me prenda. Desencano. Parto pra outra. O sossego não dura muito. De repente, estou de volta à mesma cela de sempre. Não me faço de rogado, planejo a minha última e mais extraordinária fuga. Todos ficam atônitos. Mais uma vez escapo com brilhantismo do brilho cortante dos teus olhos. Mas não se preocupe, nos veremos outras vezes.


julho 14, 2016 No Comments
É um legítimo caso de urucubaca, chikungunya, ziquizira. Aleluia! Está chovendo... chovendo utopias. Sem querer tropeçamos de repente no futuro, tudo parecia tão promissor, tão primeiro-mundista... O sonho acabou, John, e agora? Eis que acordamos com ramela nos olhos, dor de cabeça e – olhando para o lado – em má companhia.




julho 13, 2016 No Comments
O Brasil se autodescobrirá no dia em que descobrir que na verdade não sabia praticamente nada sobre si mesmo.


julho 12, 2016 No Comments
Fugindo de mim mesmo, corro até tropeçar numa pedra. Percebo então que todos os caminhos me levam de volta àquele mesmo lugar. O telefone toca mas eu nem ligo, sigo em frente. São 6h15. Aurora se aproxima e me pega pela mão. Atravesso com ela a Via Ápia. A cidade aberta está logo ali… Olho no espelho e vejo Amor rindo de mim.


julho 11, 2016 No Comments
Labores monocromáticos
Suor, repetição, fadiga
Massa corpórea
A l o n g a m e n t o s
Gente fina, endorfina
Vida, saúde, bem-estar
Ah, e muita, muita caloria.

Contador de calorias

julho 10, 2016 No Comments
Não crer na possibilidade de que algo se concretize pode nos levar à não realização de algo que poderia ou não se realizar. Jogo um dado… dois… Me escondo embaixo da mesa; canto uma canção que faz serenar trovões e tempestades. Mão forte… Full House… Retruco, mas a casa está vazia. Bingo!


julho 10, 2016 No Comments
Silêncio...
Uma casa vazia...
Vários cômodos inexplorados...
Algumas luzes atravessam estreitas janelas;
ouço alguns ruídos esparsos.
Não há nenhuma porta.
Tento descobrir o que se passa lá fora,
e, com as poucas informações que obtenho,
rascunho o meu próprio universo.


junho 29, 2016 No Comments
Se eu for muito profundo e sincero, eu te assustarei.
Se eu for superficial, nunca nos conheceremos.

O melhor caminho é o progressivo e paulatino;
um segredo de cada vez, uma revelação após a outra.
Assim o encanto da descoberta durará mais,
e os sustos, evidentemente, serão menores.

Sempre, por mais que desvelemos o próximo,
haverá uma zona impermeável e desconhecida,
um recôndito lugar onde nunca poderemos adentrar;
o outro continuará a ser para nós um eterno e fascinante mistério.


junho 26, 2016 No Comments
A garota do colégio...
A moça do supermercado...
A estagiária no Japão...
Poderia ser qualquer pessoa.

De repente, como num passe de mágica,
alguém se destaca na multidão,
e o ordinário se torna especial,
vital até.

Entretanto, neste caso,
não foi o outro que mudou,
mas sim o nosso olhar.


junho 18, 2016 No Comments
Nem de Dirceu, nem de Tomás,
nem du Bocage…

Marília mudou; os tempos mudaram.
Ela pode agora fazer suas próprias escolhas,
ser aquilo que quiser.
Marília é um universo;
Marília é independente;
Marília é uma mulher.
Despida do ideal e dos devaneios da paixão,
ela é um ser que possui vícios e virtudes,
que comete erros e acertos,
que se apaixona, sofre e se arrepende.

... Marília – agora e para sempre –
de si mesma, e de mais ninguém.


junho 11, 2016 No Comments
De tudo, de todas as coisas da vida, me restou apenas você, oh, minha inseparável e agridoce amiga. Você sempre esteve ao meu lado nos bons e nos maus momentos. A nossa relação, que a princípio foi marcada por um forte sentimento de repulsa, agora se reveste de uma cumplicidade diáfana; hoje em dia, nos entendemos tão bem. Somos indissociáveis, reflexos de um mesmo ser; você está em mim, e um dia – num futuro quiçá distante – eu estarei inteiramente com você.


junho 03, 2016 No Comments
O tempo depura o olhar,
aclara a razão,
ameniza as tempestades.

Aquilo que parecia complicado
mostra-se simples;
o que parecia espinhoso
se suaviza.

O desespero passa;
a calmaria abraça;
o amor abrasa;
a jornada continua.

O mundo aos nossos olhos,
aos poucos, se transforma.
A vida não se torna nem pior nem melhor,
apenas um pouco mais suportável.


junho 01, 2016 No Comments
Que esse terno eterno momento
nunca se apague de minha memória:
uma voz maviosa,
um jeito gentil,
um ser de encanto,
e o meu coração a mil!

Seu falar me arrebata,
seu silêncio me inebria;
vivo sob esta nova chibata
dia e noite, noite e dia.

Dos sofrimentos do amor
pensei já estar curado...
Ledo engano meu,
a magia mora ao lado.


maio 28, 2016 No Comments
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