Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
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Devaneio e Poesia

As escopetas e os traficantes assinalados,
que das favelas cariocas se espalham
pelos becos nunca d’antes patrulhados,
ceifam vidas e famílias estraçalham
por balas perdidas, jovens silenciados,
e assim nos corações sofridos entalham
a marca a ferro e fogo que se perpetua:
o crime organizado, a maldade nua e crua.



outubro 22, 2014 No Comments
Qual o grande mistério da vida?
Qual é a causa primeira de tudo?
A força que sustenta o mundo?
Quem irá compreender...
O que faz germinar a semente?
O que faz deste mundo demente?
Quem saberá responder...


outubro 20, 2014 No Comments
Se tomarmos por base a seguinte definição para a nossa atual vida moderna: Vida – aquilo que fazemos entre uma obrigação e outra. Teríamos dessa maneira, uma evidenciação do caráter fragmentário que permeia a nossa existência nesta nova era pós-moderna e globalizada. A vida, por assim dizer, deixou de ser um continuum de vivências e aprendizados, para tornar-se um amontoado de pequenos pedaços, tal qual uma colcha de retalhos, onde privilegiamos apenas os momentos prazerosos e felizes, descartando tudo o mais como desnecessário e inútil para as nossas vidas. Neste ponto, nos defrontamos com uma míope valoração da existência apenas de acordo com aquilo que ela pode nos oferecer de melhor. Achamos que a vida possui um valor menos apreciável quando estamos trabalhando, estudando ou fazendo algo que nos é compulsório. Queremos vivenciar somente as experiências obtidas em nossas horas de folga, entretenimento e de descanso. Sonambulamente passamos pelas nossas obrigações e deveres, abrindo somente os olhos para ver o que é do nosso deleite. Porém – cabe agora o seguinte questionamento – não teríamos um acréscimo substancial de qualidade de vida, se aprendêssemos a aproveitar o todo ao invés de nos atermos apenas a alguns breves momentos de alegria. A vida é composta por uma miríade de momentos, momentos estes que não podem ser integralmente de felicidade.


outubro 19, 2014 No Comments
Bebamos do doce cálice do amor
que a nós divinamente se derrama.
Regozijemo-nos,
pois os doces prazeres da vida
nos são ofertados a cada dia.
Sintamos o eflúvio divinal,
o sabor extasiante,
a visão entorpecente
desta flor que nasce e morre,
deste sentimento inominável
e, ao mesmo tempo, delicioso.
Brindemos ao doce cálice do amor!


outubro 16, 2014 No Comments
Oh, Supremo Congregante,
eu sei que tudo na vida é vaidade,
tudo é efêmero como o vento que passa.
Minha vida neste mundo não é nada.
Porém, tal como Sísifo, estou condenado;
mal sacio o meu desejo, outro surge mais voraz.
Quando, após muita labuta, alcanço uma meta,
ela me parece pequena e desimportante.
E assim prossigo a minha longa jornada,
mesmo sabendo que ao fim dela,
quando tudo realmente se silenciar,
não receberei nenhum prêmio,
muito menos consolação alguma,
estarei sozinho e isso será tudo.


outubro 15, 2014 No Comments
Ecos do passado, fragmentos ao luar,
lembranças de um tempo a se esfarelar.
Vida cumprida ao rigor da estação:
hoje, primavera; amanhã, outros dias virão.
Lágrimas derramadas, tempo perdido.
Sorriso refeito, um dia, um amor, um amigo.
Flores, odores, sabores, rancores,
tudo ao vivo e em cores.
Divagar, devagar, louco cantar.


outubro 13, 2014 No Comments
Sombras, resquícios, fragmentos...
O que resta a um homem
cansado de tanta labuta
e de uma vida vazia, murcha,
sem sentido?

Este que agora persiste
está de mãos vazias,
pés descalços, machucados.

No coração, ele traz:
saudade nenhuma,
nem dor, nem mágoa,
muito menos tristeza ou alegria,
ódio ou rancor;
quem sabe talvez,
bem lá no fundo,
alguma paz.


outubro 12, 2014 No Comments
De um lado, o secularismo improfícuo de um ocidente desnorteado,
e, do outro, um ativismo beligerante e irracional.
Sentido – eis a questão essencial na contemporaneidade.
Na falta de um, novos caminhos inevitavelmente surgem:
- Abraçar velhas concepções ultrapassadas de mundo;
- Seguir as novas ilusões que se nos são impostas;
Ou, o que me parece mais razoável:
- Aceitar que não existe um roteiro ou plano predeterminado,
e seguir, potencializando o que temos de melhor,
um caminho sóbrio, sensato e, principalmente, autêntico.


outubro 11, 2014 No Comments
Dourados e sedosos sonhos
coabitam a minha memória,
em meio a um turbulento
e poderoso redemoinho
que me arrasta até você.
Não há fuga possível,
não há escapatória,
tudo retorna de forma simples,
bela e contraditória,
rumo ao oceano sem fim
de um sentimento inexplicável.


outubro 10, 2014 No Comments
Através do tempo,
você vai me encontrar;
eu estou a sua espera.
Não há como de mim escapar.
Pacientemente, era após era,
habito este mundo miserável.
Eu sei que, desde o início,
a cada passo dado, a cada etapa,
você se aproxima um pouco mais.
E, quando finalmente a hora chegar,
você de imediato me reconhecerá.

The Doctor: Everything has its time and everything dies. You think it'll last forever: people and cars and concrete. But it won't. One day it's all gone. Even the sky. (Doctor Who - The End of the World)





outubro 08, 2014 No Comments
Hoje entrei em casa,
e ela estava vazia,
assim como eu.
Procurei por algo,
revirei as gavetas,
tirei todo o pó
e fui-me embora.
Não fazia mais sentido;
não havia mais nada lá.

outubro 07, 2014 No Comments
No caminho desta vida,
muita gente eu encontrei,
mas só você de fato amei.
Não foi fácil te encontrar,
qual pérola preciosa,
você de mim se escondia.
Eu não pensava que um dia
fosse assim me apaixonar.
***
A primeira vez que te vi
tive a plena certeza
de que a tua beleza
mudaria o meu cantar.
Felizes foram os dias
em tua doce presença,
porém a triste sentença
veio por fim nos separar.
***
Hoje tristes são os dias;
vivo apenas por viver
e tenho um único querer:
outra vez te encontrar.
No fundo do meu coração,
estará sempre guardado
o nosso amor alado:
– Para sempre vou te amar!

outubro 06, 2014 No Comments
Quando penso no tempo que já se passou, percebo o quanto eu era ingênuo e, hoje me olhando no espelho, chego à conclusão que ainda o sou. Feliz o tempo em que eu achava que te amava, hoje não sei nem mais dizer o que é o amor. E, apesar desta minha constatação no espelho, sinto que algo em mim mudou, não sei dizer ao certo quando ocorreu tal mudança, mas isso agora pouco importa. Levo comigo apenas uma certeza: nada será como antes.

“... vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta...” (Machado de Assis – Dom Casmurrro – Cap. 2)


outubro 05, 2014 No Comments
1. Busquei em todos os lugares,
profanei todos os altares,
singrei todos os mares,
na esperança de te encontrar.
Amor, por que te escondes
atrás dos verdes montes?
Sei que estás na alegria que irradia
novo sol a cada dia
a nos abençoar!

2. Qual é o mistério escondido?
Por que tanto amor contido?
Ah, esse grito reprimido
que me impulsiona a te amar.
Procuro em tudo o sentido
do que tenho vivido,
para que na busca incessante
do meu passo errante
eu possa te contemplar!

3. Trago no peito um coração
cansado de tanta ilusão
e da vida sem canção.
Quero agora ser o compositor;
deixar pra trás a frustração
e cair em contemplação
diante da vossa grandeza
e da vossa realeza,
oh, nobre Amor!




outubro 04, 2014 No Comments
Cheiro de terra molhada,
na tênue luz do anoitecer,
impetuosos ventos a nos arrefecer.
Calmaria repentina,
um desaguar calmo e lento
a umedecer o solo seco dos corações.
Aos poucos, a água penetra fundo
tantas veredas e sertões.
Lentamente se infiltrando,
buscando o seu caminho,
sem pressa e sem objeções.

outubro 01, 2014 No Comments
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