Nada tenho que realmente me pertença. *** Achei, um dia, que nos pertencíamos, inseparáveis, como um sistema binário em uma eterna dança gravitacional. O átomo da vida manterá a sua majestosa integridade, eu pensava; oh, fissão de minhas etéreas certezas. Dúvidas, dúvidas e dívidas foram o que me restaram... Na nuvem de gás e poeira que me habita, sentimentos não revelados e verdades nunca ditas. *** – inércia – Zero Absoluto *** Talvez nas luas de Saturno, quem sabe para além da nuvem de Oort, uma supernova, trazendo a vida por meio da morte, nos revele o até então desconhecido óbvio.
Autor: Fulvio Denofre