Pular para o conteúdo principal

Postagem em destaque

Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

Persistência

Em vão os homens procuram
saciar a própria loucura
em prazeres fugazes e vícios,
na ânsia de alguma ventura.
— Chamam isso de felicidade
e, por ela, fazem a guerra;
cantam, gritam, se exasperam;
vagam desorientados pela Terra,
na esperança de encontrá-la.

A certa altura, a busca se revela inútil
e eles se sentem frustrados, iludidos;
porém persistem, continuam
— sabem, instintivamente,
que tal renúncia seria a própria extinção.



Comentários

Compartilhe:

Sugestões para você

Carregando sugestões...