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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

L'amour est un oiseau rebelle

Oh, Musetta, quando você se vai
docemente pela vida, sinto em mim
um novo alvorecer, como se a noite,
clara como o dia à sua passagem,
me revelasse algo inominável.
Algo que se esconde no brilho dos seus olhos,
na sua elegante silhueta,
no seu fulgor primaveril.
Algo, portanto, que não sei nem ouso dizer,
mas que permanece na minha memória,
no meu coração, como um etéreo perfume,
mesmo que eu fique vários dias sem lhe ver.

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