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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

Netuno e o Náufrago

Oh, mar revolto, que tanto me agonia,
e me leva para longe do meu porto,
fazendo-me viver em desconforto,
por que me fazes sofrer noite e dia?

Sou apenas um náufrago da existência
nadando em pensamentos, absorto,
triste, alquebrado, mas não morto,
buscando a minha própria essência.

Por que não me auxilias, Rei do Mar?
Torna para mim os ventos favoráveis,
liberta-me do perigo de afundar!

Netuno: – É muito mais fácil singrar
por rotas conhecidas e memoráveis
do que sozinho um caminho encontrar.


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