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Mostrando postagens de março, 2019

Balada indelével de um amor que nem a breguice dos meus versos consegue eclipsar

Deixe-me ser o teu Elvis amoroso , que eu possa te amar suavemente, com toda a pieguice que me é possível. Desejo acordar todo dia dizendo que te amo, fazendo do teu viver algo doce e completo, cobrindo o teu céu de estrelas, enchendo de flores o chão por onde passas. Quero-te sempre em meu coração, e no sol que brilha, e na brisa que passa, em todos, em tudo quero-te. 

Presciência

Não sou uma pitonisa, não tenho uma bola de cristal, mas também nem acho que seja preciso, para quem possui um mínimo de discernimento, um dom especial para prever o óbvio: que os teus olhos dizem tudo, que neles me afogo, me perco, me reencontro. Ah, o amanhã... Só quero saber daquilo que sei hoje, daquilo que posso hoje viver e fazer, tudo o mais é tempo perdido, sonho ainda não sonhado, vida por haver. 

Mundo invertido

Você veio para subverter a minha vida, para me fazer perder o chão, o contato com a realidade. Você apareceu de repente, e o meu viver se transformou; o certo agora é incerto, o medo é coragem, a noite é dia, e a vida toma sempre novas tonalidades. Você surgiu não sei de onde, fazendo-me enlouquecer; vida, caos, sonho e devaneio, tudo isso eu encontro somente em você.

Filme sem enredo

O espelho reflete o baço filme de minha vida: sem enredo, com personagens aleatórios, que não se presta à comédia, ao drama ou  à tragédia... Enfim, uma história mal contada, vivida ao trancos e barrancos, mas com uma vontade, não sei se possível, de fazer algo diferente, ousado, nunca antes tentado, ou de não fazer nada simplesmente. São muitos frames por segundo, muito o que se fazer em tão pouco tempo; acho que entrei na sala de projeção depois do início do filme, e provavelmente sairei antes de seu término. O quê!? Final feliz? Bem, só posso dizer uma coisa: – Haverá, decerto, um final, mas não teremos cenas pós-créditos. 

Equinócio de outono

Que as folhas amarelecidas da mágoa deixem de pesar sobre você. Permita-se! Desapegue-se! Neste início de um novo ciclo, priorize apenas o que realmente importa para a sua vida. Descubra aquilo que você quer. Seja aquilo que você pode ser, e seja melhor do que você já foi. Não há muito o que se fazer com relação aos erros já cometidos – o que passou, passou –, mas podemos evitá-los, não repeti-los, tentando trilhar um caminho totalmente diferente daqui para frente, um caminho de liberdade e paz interior. Respire fundo. Acalme-se. Viva, apenas viva. 

Firmamento sem estrelas

Quando eu fico algum tempo sem te ver, sem conversar contigo, por mínimo que seja, sinto como se as estrelas do céu noturno me fugissem, como se o mar não fosse mais habitado por uma multidão multiforme de organismos coloridos. Tu és o tudo que preenche o meu nada. Tu és o porto seguro, o sorriso, na lúgubre madrugada. Devaneio agora... Onde está o meu celular? Qual era mesmo o livro que eu estava lendo? Bem, sonho mais uma vez acordado, e vejo em mim uma miríade de mundos outros, de infinitas possibilidades, de glórias esquecidas... Vejo o que não posso ver, sinto aquilo que não se sente, e fico perdido, cansado, renitente. Percebo no céu a estrela d'alva e, como sempre, penso em ti.

Musicalidade impulsiva

Ouço uma música, e a ouço novamente, e novamente... O ritmo não sai da minha cabeça, e a letra está sempre nos meus lábios. Não sei explicar; apenas a ouço mais uma vez. Todos os meus sentidos estão naquela melodia. Não penso, só vibro. Tento esgotar totalmente a canção, vivê-la com a maior intensidade possível. De repente, sem que eu perceba bem o porquê, passo a cantarolar outra música totalmente diferente, e nem me recordo mais qual era a música que cantava antes.

Desejo

Eu desejo unicamente o desejo, o ato puro de simples de desejar, de sonhar, de ousar. Desejo o que todo mundo deseja, ou aquilo que não sei bem dizer, e que você esteja aqui comigo. Eu quero arder ao sol do equador, sentir o amor nos trópicos, descansar em zonas temperadas. Quero mergulhar no seu corpo e emergir em mim, pulsar ao ritmo da canção, viver em um mar de anseios, caos e intensas sensações. E desejo sempre continuar desejando; não quero sossego, não quero a satisfação tediosa daqueles que nada querem, quero apenas queimar todo o meu ser, lentamente, sem pressa, até que não me sobre mais um átomo sequer.  

O prazer da leitura

Leio, mas não leio só por ler, como um prazer ensimesmado, ou como fuga de uma realidade desagradável; leio para sonhar melhor, para ultrapassar os limites da estratosfera, para atingir profundezas abissais. Leio sobretudo para ampliar os meus horizontes, para aprender com vivências, reais ou imaginárias, que provavelmente nunca terei a oportunidade de viver, e para poder voltar mais sóbrio e lúcido ao convívio com meus semelhantes. Leio porque ler faz bem à minha alma e ao meu intelecto, porque conheço mundos outros e realidades inimagináveis através da leitura. Leio sem vergonha, leio sem medo, leio as entrelinhas, leio o pretexto e o contexto… Leio porque assim conheço melhor a mim mesmo. Leio porque quero. Leio porque gosto.

Sentimentos e Devaneios

Eu te vejo tão raramente, mas, mesmo assim, em sentimento, tenho-te sempre aqui comigo. Numa noite estrelada, penso em ti. Faça chuva, faça sol, penso em ti. Penso, mas sem racionalizar, sem fazer disso um ato automático e dirigido. Penso, pois, sentindo, e sinto sem pensar. Perco-me em devaneios, mergulho em sonhos apressados, e depois, buscando encontrar-me, vejo-te novamente vindo ao meu encontro.

Acordes dissonantes

Duvido muito que um dia conseguirei olhar para o mundo e ver o que você vê: brilho, cores, encanto; serei sempre um cético, um desconfiado, alguém que percebe o vazio contínuo que nos espreita. Eu sei que os meus questionamentos me deixaram de mãos vazias, com o coração vazio, como um ser olhando para a vacuidade de todas as coisas... Às vezes, confesso, quero ser o que sou, ser aquilo que serei, ser algo belo e sublime, ser simplesmente e depois não ser mais nada. Talvez a incoerência e a inconstância sejam de fato os meus principais atributos, porque ainda procuro um sentido em meio a uma total falta de sentido, porque vislumbro na cacofonia da vida uma augusta sinfonia.

Rápidas Estações

Ela chegou numa manhã de Primavera; foi-se embora numa tarde de Outono. Ah, aquele mágico Verão! Hoje é só Inverno.

Acertando o passo

Eu não tenho a quem culpar; a responsabilidade é única e exclusivamente minha. Fiz o que fiz guiado por um desejo cego, mas não posso negar que me deixei levar, que sabia muito bem o que estava fazendo. Magoei muitas pessoas, de outras tantas me afastei, e a quem mais feri com meu modo imprudente foi a mim mesmo. Tento hoje ser uma pessoa melhor, tento não repetir mais os mesmos erros; não é uma tarefa fácil. Acho que me tornei com o tempo uma imagem caricata, um reflexo pálido daquilo que já fui outrora; a máscara que um dia vesti para me sentir mais confortável e seguro colou-me ao rosto de maneira a se transformar também em rosto, no novo rosto que passei a ter diante de todos. Depois de tanto tempo, nem sei mais qual é a minha verdadeira face! Por certo, ela será aquela que construirei passo a passo a partir dos dias que terei à frente. Ah, que sejam suficientes estes dias vindouros!

A Leveza da Vida

Sinto, isso eu sei, mas o que sinto de fato não sei dizer. Na verdade, gostaria mesmo é de não sentir nada. O peso fatigante das horas pesa sobre mim, e o tédio da vida rotineira me faz querer desaparecer. Talvez não haja saída alguma. Quem sabe o tempo me dê algumas respostas. Ah, nada disso importa neste momento. Pensar reiteradamente nos fardos da vida nunca melhorou muito o meu ânimo, pelo contrário, isso sempre me deixou ainda mais angustiado. Melhor tentar ver o lado bom, ainda que muitas vezes improvável, de tudo aquilo que nos rodeia. A vida não é fácil para ninguém; há tantos sofrimentos e desencontros, tantos males e aflições; o melhor que podemos fazer, então, é viver com sabedoria e serenidade, deixando toda carga desnecessária para trás. A vida pode, sim, ser mais leve, basta a gente querer, querer e lutar, é claro, dia após dia, incansavelmente.

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