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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

Filme sem enredo

O espelho reflete o baço filme de minha vida:
sem enredo, com personagens aleatórios,
que não se presta à comédia, ao drama ou  à tragédia...
Enfim, uma história mal contada,
vivida ao trancos e barrancos,
mas com uma vontade, não sei se possível,
de fazer algo diferente, ousado, nunca antes tentado,
ou de não fazer nada simplesmente.
São muitos frames por segundo,
muito o que se fazer em tão pouco tempo;
acho que entrei na sala de projeção depois do início do filme,
e provavelmente sairei antes de seu término.
O quê!? Final feliz?
Bem, só posso dizer uma coisa:
– Haverá, decerto, um final, mas não teremos cenas pós-créditos. 

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