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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

Acordes dissonantes

Duvido muito que um dia conseguirei olhar para o mundo e ver o que você vê: brilho, cores, encanto; serei sempre um cético, um desconfiado, alguém que percebe o vazio contínuo que nos espreita. Eu sei que os meus questionamentos me deixaram de mãos vazias, com o coração vazio, como um ser olhando para a vacuidade de todas as coisas... Às vezes, confesso, quero ser o que sou, ser aquilo que serei, ser algo belo e sublime, ser simplesmente e depois não ser mais nada. Talvez a incoerência e a inconstância sejam de fato os meus principais atributos, porque ainda procuro um sentido em meio a uma total falta de sentido, porque vislumbro na cacofonia da vida uma augusta sinfonia.


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