Quando a gente fala ou escreve (poemas, no meu caso), parece sempre, naquele momento, que estamos dizendo ou registrando algo de suma importância, vital para nossa existência. Mas depois, com o tempo, as palavras faladas se evaporam e perdem o sentido, e as palavras escritas nos parecem, no mínimo, ingênuas — quase como o retrato de alguém que já não somos mais. Todavia, é certo dizer que tudo o que expressamos tem uma importância incomparável, pelo simples fato de se tratar da exteriorização daquilo que estamos sentindo em uma determinada fração de nossas vidas. Por certo, o tempo — se o tivermos, é claro — nos dará a chance de fazer releituras, de reavaliar aquilo que foi dito ou escrito, de perceber que tudo muda e se transforma, geralmente de formas inesperadas e, muitas vezes, sem aviso prévio. É bom reconhecer que nem todas as mudanças se revestem de um aspecto negativo e que, por outro lado, nunca mudar nada talvez não seja a melhor solução. O equilíbrio é difícil de ser encontr...