(Poema de Samuel Rocha) Minha sanidade depende do quão longe permaneço da Verdade. Do quanto de hipóteses ainda tenho para falsear... A certeza me parece sempre absurda. Entre um martini e outro, estou sóbrio enquanto houver dúvida. A modéstia não cabe na filosofia. Seria continuar padecendo da desilusão platônica. A razão não cabe na poesia. Seria insistir no fracasso parnasiano. No pântano, nadar é difícil, mas não se afoga com qualquer onda de melancolia. Sentidos, sentimos, sem ter tido sentido nenhum... Nada que meu tudo consome.
Autor: Fulvio Denofre