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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

"O nada que é tudo"

(Poema de Samuel Rocha)

Minha sanidade depende do quão longe permaneço da Verdade.
Do quanto de hipóteses ainda tenho para falsear...
A certeza me parece sempre absurda.
Entre um martini e outro, estou sóbrio enquanto houver dúvida.

A modéstia não cabe na filosofia. Seria continuar padecendo da desilusão platônica.
A razão não cabe na poesia. Seria insistir no fracasso parnasiano.

No pântano, nadar é difícil, mas não se afoga com qualquer onda de melancolia.
Sentidos, sentimos, sem ter tido
sentido nenhum...
Nada que meu tudo consome.


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