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Vastidões

O silêncio, aos poucos, vai inundando todo o deserto do ser. E o vazio vai preenchendo cada pequena fresta remanescente. Nas entrelinhas, uma obra inteira; nas pausas, por si só, uma canção; e, no espaço entre as partículas, um universo desconhecido. É tudo, a princípio, tão estranho e desconfortável. É como um olhar-se atento no espelho: uma constatação, um desconforto, uma aceitação, uma entrega e, depois, se a coragem resistir, um passo adiante, rumo ao infinito. ✦ Nota de Autor — Vastidões Este poema nasceu de uma experiência silenciosa, daquelas que não pedem explicação, mas exigem presença. “Vastidões” não tenta definir o silêncio, mas caminhar por dentro dele. Há momentos em que a ausência se expande de tal forma que parece ganhar corpo próprio — inundando o que antes era deserto, preenchendo frestas que julgávamos permanentes. Escrevê-lo foi um modo de observar o movimento interior que se inicia com uma constatação simples e avança até uma entrega — não teórica, mas vivida. C...

Retrato de um amor que deixou boas lembranças

No relicário da memória,
vejo um camafeu,
um primeiro beijo,
um tempo áureo.
Ah, tudo se dissolveu tão rapidamente;
hoje, passado tanto tempo,
quase consigo refazer todos os passos,
reunir todos os elementos;
um perfume inebriante,
um olhar perdido, apaixonado,
promessas esquecidas
e segredos nunca revelados.
Lembranças que se renovam a cada dia!
Volto várias vezes ao mesmo ponto
e, depois de algumas horas,
coloco tudo de volta na caixinha. 


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