Fulvio Denofre. Tecnologia do Blogger.
  • Página Inicial

Devaneio e Poesia

Estamos irremediavelmente sozinhos,
abandonados à própria sorte,
e não há nada nem ninguém que possa
mudar tal realidade.

Caminhamos sem rumo, em busca de algum significado;
qualquer coisa serve, desde que nos ajude a sair do pântano caótico em que nos achamos mergulhados.

Somos bestas-feras caminhando num mundo besta-fera,
somos animais sobrevivendo ao pior dos predadores:
o Tempo.



dezembro 25, 2017 No Comments
Antes da Era dos Alienistas e do surgimento de instituições manicomiais, a loucura era vista popularmente como uma forma de sabedoria, pois, naquela remota época, a fé cega na razão ainda não tinha se tornado dominante, como o é hoje, em todas as esferas da vida. Neste sentido, afastar-se da verdade para manter a sanidade nada mais é do que uma atitude de bom senso, pois, epistemologicamente falando, é bem provável que nunca alcancemos a verdade absoluta. Na realidade, uma pergunta leva à outra; quanto mais respostas obtemos, mais perguntas nos são apresentadas; é uma busca infinita – e como é fácil se perder em uma busca infinita! Achar que a Verdade pode ser encontrada é abandonar o Reino da Dúvida, é abraçar de vez a insensatez e a loucura, no caso, a própria loucura. E quantos vemos por aí que afirmam, em alto e bom som, que já a encontraram! Estes profetas de si mesmos, após a sua iluminação, tentam a todo custo espalhar a sua verdade, querendo que o mundo seja totalmente reconstruído à imagem e semelhança de seu ideário particular.  Dizem que a verdade é insuportável, que não devemos, para o nosso próprio bem, nos aprofundarmos em certos assuntos, mas isso só é verdade para os iniciantes e para aqueles que não conseguem lidar com certos fatos. Para sermos minimamente felizes – uma felicidade possível, não ideal –, devemos aceitar que a verdade em seu sentido amplo talvez não seja alcançável; que a nossa razão é limitada e que ela não consegue abarcar tudo; que não existe nenhum sentido a priori para a vida; que a vida, por sua vez, é precária e cheia de contingências; por fim, que é melhor que a vida tenha gosto, prazeres e sensações gratificantes do que falsas certezas absolutas. 


dezembro 10, 2017 No Comments
Em minha tranquilidade, muitos excessos; em seus excessos, muita tranquilidade. Você é detentora de uma loucura turbilhonante; eu possuo apenas uma loucura serena. Somos seres inconstantes, incompletos e insatisfeitos. Somos, enfim, seres desejantes; porém desejamos coisas diferentes. Somos opostos, mas talvez não sejamos complementares, sendo a complementariedade, no sentido pleno do termo, algo utópico, inalcançável. No entanto, ao nosso modo, agregamos sempre algo um ao outro. 
***
Vemos o mundo sob prismas distintos: você acha que há algo para além desta jornada e eu, por outro lado, acho que a jornada é o que há, nada além disso. Se me digo realista; você, romântica. Se vejo empecilhos; você, oportunidades. Você diz que podemos nos reinventar, ser aquilo que quisermos, mas eu penso que certas coisas nunca mudam.
***
Esquisitos, loucos, melancólicos, alegres; ora profundos, ora rasos; ora perdidos, ora encontrados; eis um pouco do que somos – pois não ousamos nos delimitarmos. Há sempre um caminho a percorrer, até não haver mais caminho algum. Tudo, em se tratando da vida, uma questão de tempo.
 ***


novembro 09, 2017 No Comments
Tu serás para sempre um furacão;
eu, uma leve brisa.
Ao ver-te pela primeira vez,
fiquei petrificado;
Medusa, bela musa, oráculo,
qual resposta abre tal cadeado?
E, claro!, não decifrando-te,
devorado fui por um sentimento inexplicável;
revolves tudo por onde passas,
e eu, aturdido, espero a calmaria,
pois bem sei que só nos rencontraremos
ao findar do dia.


outubro 10, 2017 No Comments
Em meu corpo sinto o pó da estrada;
suor, lágrimas, cansaço e nada.
Viola na mão, entoo uma triste canção.
Aos poucos, pessoas se reúnem para ouvir o meu pobre cantar.
Uma criança sorri...
Alguém faz uma piada,
e o clima melhora;
juntos, esperamos por mais uma aurora.


setembro 16, 2017 No Comments
Agarro, dilacero e profano
o objeto proibido do meu desejo.
Coloco-o ao rés do chão
e turvamente entrevejo
os ecos malditos do não.

Passado algum tempo,
nada subsiste daquilo que era interdito.
O sagrado é agora um fato esquecido;
não se ouve mais nenhum grito...
É tudo história de um tempo ido.

Resta apenas o vazio das coisas sempre iguais;
o valor sem valor de tudo aquilo que não existe mais.


setembro 14, 2017 No Comments
Casta Diva, Sempre Libera, Lua Adversa...
És, a um só tempo, som e fúria,
luz e sombra, magnificência e amargura,
inspiração para luminosos e festivos dias,
terror e caos dependendo das circunstâncias.
Apesar de tudo, das dores, loucuras e tremores,
suplico-te:
– Oxigena-me a cada instante,
pois só assim a criação se torna possível,
só assim o dia tarda a se transmutar em noite.

Três Cárites (Graças)

setembro 07, 2017 No Comments
Você precisa ser forte, porque a vida não foi feita para os fracos. Não há um sentido nem caminhos predefinidos. Você tem que fazer as próprias escolhas, pois ninguém virá lhe socorrer ou lhe indicar a melhor opção. A liberdade pesa demasiadamente. Preferimos, por isso, o conforto de escapismos vários. Chegamos a achar que qualquer coisa é preferível ao contato doloroso com a realidade. Em vez de superarmos as perdas inevitáveis da vida, ficamos presos em ciclos intermináveis de autopiedade. A decisão está em nossas mãos. Sempre esteve. Negar isso é infantilizar-se. É não ousar.


agosto 17, 2017 No Comments
Em meio à chuva intempestiva,
ao estrondo dos trovões,
um relâmpago de repente ilumina.
E numa revoada de sonhos e pássaros,
ouvindo o som das lágrimas nas calhas
de uma cidade esquecida,
sinto o clima crescente do silêncio
que aos poucos me enlaça,
fazendo nascer
no arco-celeste
uma nova vida.


agosto 17, 2017 No Comments
Segredos, mentiras, limites
Desejos, loucuras, obsessões
Totalmente fora de controle
Mais um passo... rumo ao abismo
Advertências ignoradas
Descompasso
Derrota da razão
Força primal rediviva.


julho 09, 2017 No Comments
Perdi o meu ponto de ancoragem...
A concretude ilusória dos meus devaneios se esfacela ao contato do real.
9,8 m/s²
Queda livre
Impacto em T-minus 10, 9, 9.9, 9.8, 9.7...
Nunca chegarei ao fim!?


junho 13, 2017 No Comments
“A visceralidade da vida só atingirá a sua plenitude quando renunciarmos a todo delírio utópico e a toda febre metafísica.”


junho 12, 2017 No Comments
Amo sobretudo aquelas pessoas que possuem um espírito tão atormentado quanto o meu. Vejo nelas, como num espelho, a exasperação contínua da angústia de se saber verdadeiramente incompleto e finito. Nada é mais cansativo e entediante do que a superficialidade de quem se acha muito profundo, sensato e bondoso. O mundo é dos loucos e trôpegos, daqueles que, com seu passo cambiante e torto, vivem assolados por constantes cumes e abismos internos – só encontramos autênticas reverberações nos espíritos que ousam ir além da dor.


junho 12, 2017 No Comments
Um dos nossos maiores medos na vida é o da deterioração produzida pela ação do tempo. A verdade é que o tempo é cruel, insensível e persistente; obliteração de memórias, esfriamento de sentimentos e enfraquecimento de laços outrora fortes são alguns de seus efeitos mais recorrentes. É certo que, no fim das contas, ele irremediavelmente nos vencerá, mas não devemos por causa disso deixar de combater o bom combate, até o fim. Conservar é preciso! Temos que resistir à frouxidão que aos poucos toma conta de todas as coisas. O ser humano responde sempre a estímulos. Infelizmente, quando todos os estímulos cessam, tudo tende a desaparecer em pouco tempo. Por isso, se queremos que alguém realmente permaneça ao nosso lado, temos que superar o nosso egoísmo e constantemente mostrar a esta pessoa o quanto ela é importante para nós.


junho 11, 2017 No Comments
Mediocridade: viver uma vida sem reflexões, sem tristezas profundas e agonias torturantes; ser uma pessoa sem vício algum, ostentando a todo momento uma moral falsa e fajuta; não se deixar levar por paixões momentâneas, pelo prazer de se viver intensamente algo por medo do julgamento alheio; não se entregar à loucura fustigante da existência; fingir que o desejo não é a força motora da humanidade; querer ter uma resposta para tudo, um sentido a priori para a vida; ser extremamente racional e metódico, um chato de galocha; anunciar a todos a sua verdade recém descoberta; achar-se o máximo a todo instante; nunca se abandonar ao Infinito que nos envolve e, aos poucos, nos dilacera.


junho 10, 2017 No Comments
Uma agonia excruciante invade o meu ser;
sinto em mim os estertores da derradeira ilusão.
Faz um silêncio absoluto, ensurdecedor.
Toda esperança agora possui uma aspecto natimorto;
nem sublimar o que quer seja eu consigo mais.
Vácuo... Frio... Esquecimento...
Transfiguração


junho 09, 2017 No Comments
Encontrar-te-ei aonde quer que tu andes;
não quero ser como os outros,
quero ser J. Pinto Fernandes.
Mesmo sabendo que se trata apenas de uma rima,
que haverá sempre pedras no caminho,
que as luzes da festa logo se apagarão,
desejo arder intensamente pelo efêmero tempo que ainda nos resta.


junho 09, 2017 No Comments
Naufrágio, desmoronamento, destruição
Estragos, escombros, ruínas
Nonsense viver...
Distraídos sobreviveremos.
...
Nos cumes do Desespero,
a vertigem agônica
o Vazio obliterante
o Caos, o Nada e Tudo.


junho 08, 2017 No Comments
Uma força da natureza:
idiossincraticamente múltipla,
mas ao mesmo tempo única;
de uma personalidade fulgurante,
repleta de nuances, mistérios e fervores;
peculiarmente inteligente,
ousadamente bela,
inalcançável e vulcânica;
puro abismo e paroxismo. 


junho 08, 2017 No Comments
Era uma noite fria. Quatro amigos se reuniam mais uma vez para compartilhar os seus anseios e dizer suas meias verdades. O que cada um revelava era demasiado pouco em comparação com aquilo que guardavam para si mesmos. O medo de que uma dose extra de sinceridade corroesse a harmonia da mesa pairava sobre copos e mentes. Realidade A: O encontro foi extremamente agradável, todos ficaram contentes e voltaram para suas casas satisfeitos com o fugaz momento que juntos tiveram. No entanto, por mais que se esforçassem, depois daquele dia, e durante o resto de suas vidas, a hipocrisia os perseguia por todos os lugares; a moral os oprimia constantemente; suas mentiras os chicoteavam; viviam como escravos de suas próprias palavras e convicções; e, acima de tudo, não conseguiam escapar de seus enclausuramentos autoimpingidos. Realidade B: O encontro foi extremamente agradável, todos ficaram contentes e voltaram para suas casas satisfeitos com o fugaz momento que juntos tiveram. Depois daquela noite, através de muita força de vontade e dedicação, cada um procurou desconstruir em si a hipocrisia que os afastava de uma vida plenamente autêntica; verdades foram ditas – tanto para si mesmos como para outros –; e, como sempre acontece na vida, algumas amizades sobreviveram, outras não. Realidade Z: Nada disso aconteceu; não havia bar nem hipócritas; não havia história nem narrador... O Vazio paradoxalmente preenchia tudo.

(Nota de rodapé: as realidades de C a Y não foram descritas, mas elas também coexistem dentro do mesmo Multiverso de infinitas probabilidades.)

junho 08, 2017 No Comments
Mesmo sabendo que nunca encontraremos um sentido a priori que justifique a nossa existência. Mesmo tendo consciência de que caminhamos inexoravelmente rumo ao Nada, ao vazio que abarca a tudo e a todos em algum ponto do futuro. Mesmo reconhecendo a insignificância do ser e a sua total irrelevância, seja em atos, palavras ou obras. Mesmo assim, quero registrar aqui algo indubitável: és importante e deveras querido em meu universo interior, que é o lugar onde habita a essência mutável daquilo que sou – pelo menos por um breve período.


maio 29, 2017 No Comments
Somos seres incompletos, imperfeitos e insatisfeitos. Vivemos, portanto, sempre à procura de algo que nos torne completos, perfeitos e realizados. Mas onde poderemos recuperar aquilo que nos falta? Estará esse pedaço perdido escondido no mais íntimo do nosso próprio ser ou guardado em outro alguém que ansiamos muito por encontrar?
 Bem, nem tudo o que procuramos no outro está dentro de nós, e nem tudo que nos falta pode ser preenchido por outra pessoa. Não acho, no entanto, errado buscar no outro algo que nos falte, errado é nos submetermos a situações ruins nessa busca, fingindo que encontramos aquilo que tememos nunca encontrar, ou mesmo nos enganando com a afirmação de que não nos falta coisa alguma. Se há carência e solidão, provavelmente há algo faltando, e este algo pode ou não ser encontrado, isso depende muito das circunstâncias, empenho e características de cada um.
 Devemos aprender a lidar com os vazios que existem dentro de cada um de nós. Cada indivíduo traz consigo o seus defeitos, vícios e carências, por isso devemos crescer juntos, descobrindo aquilo que nem suspeitávamos que poderia haver de bom no outro, criando um caminho em comum de desenvolvimento e superação. Eu sei que conviver não é nada fácil, porém uma coisa é certa: sozinhos naufragaremos irremediavelmente.
 Não há respostas prontas, não existe nenhum caminho plenamente seguro. Na vida, sim, tateamos no escuro muitas vezes, mas quase sempre encontramos mãos solidárias dispostas a nos ajudar. O importante é não nos fecharmos, negando a nós mesmos todo e qualquer auxílio. Enfim, ninguém é tão autossuficiente que não precise de alguém, e ninguém é tão necessitado que não possa ajudar outra pessoa – não devemos nunca nos esquecer disso.


abril 16, 2017 No Comments
Nós possuímos uma clara tendência à criação de padrões, estabelecendo em tudo relações de causa e efeito, criando assim – pelo menos em nossas cabeças – uma sistematização de algo que nos parece caótico. Não me refiro aqui a existência ou não de padrões na natureza, nem ao modo mais adequado para perceber tais padrões, me atenho principalmente ao fato de que somos seres moldados evolucionariamente para a busca de sentido. Arquitetamos narrativas para a criação do mundo; inventamos histórias que justifiquem os nossos sofrimentos; buscamos respostas para os mínimos eventos do nosso cotidiano; entrelaçamos todas as coisas em um arcabouço teórico ordenado, lógico, verossímil, porém falso. A problemática neste ponto está na dificuldade que temos de nos desapegarmos de nossas próprias certezas; o homem, de fato, sempre será “a medida de todas as coisas”, não temos como fugir das limitações impostas pelos nossos sentidos e, principalmente, pela nossa restritiva capacidade cognitiva.  O que nos resta, caso tenhamos coragem, é “ousar saber”, mesmo que esse saber contradiga aquilo que acreditamos mais profundamente, mesmo que o quadro pintado seja desolador. Crescer apesar de toda a dor ou resignar-se com as respostas prévias já obtidas, eis a questão.


março 15, 2017 No Comments
 Antes de qualquer coisa, devemos entender que religião é tradição, é ouvir a sabedoria dos nossos antepassados, é aprender com os erros daqueles que já trilharam o mesmo caminho que estamos trilhando agora.
 Podemos cultivar uma espiritualidade sem uma religião que a sustente, podemos inclusive cultivar uma espiritualidade sem Deus, mas o que a experiência nos mostra é que as pessoas que possuem uma religião e a praticam conseguem desenvolver muito mais facilmente a sua espiritualidade.
 De um modo geral, as pessoas mais espiritualizadas são as religiosas, pois estas seguem preceitos e orientações, dedicando a sua vida a uma contínua busca pelo aprimoramento próprio. Quando o indivíduo abandona a religião e tenta ele mesmo cultivar essa espiritualidade ao seu modo, ele acaba geralmente afrouxando o seu compromisso pessoal com a sua própria melhoria – antes a pessoa tinha que ser melhor porque Deus queria, agora ela precisa ser melhor pelo simples fato de que quer ser melhor (e sabemos muito bem como somos autoindulgentes quando dependemos somente de nós mesmos).
 Na famosa frase de Dostoiévski: "Se Deus não existe, tudo é permitido", temos, de um lado, o arcabouço moral de uma tradição milenar a nos orientar e, de outro lado, o homem abandonando a sua história, o seu passado, decidindo por si mesmo o que é certo e errado. Eis o dilema: seguir a trilha demarcada por aqueles que vieram antes de nós ou abrir a golpes de facão um novo caminho?
 Espiritualidade (sem religião) é trilhar o próprio caminho, sozinho. E sozinho é bem mais fácil se perder. É claro que podemos alcançar ótimos resultados sem nenhum auxílio externo, demorará mais tempo, maiores serão os obstáculos, mas os resultados também poderão ser muito satisfatórios. Cada um escolhe o seu próprio caminho: vencer somente às custas do próprio mérito é muito honroso; vencer utilizando ferramentas, métodos e a sabedoria acumulada de séculos não é nem um pouco vergonhoso.


março 15, 2017 No Comments
Para perscrutar o âmago das coisas, introspecção. Para vislumbrar a natureza das relações humanas, solidão. Para conservar aquilo que a vida tem de bom, muita persistência e coragem. Não há respostas prontas, não existe caminho fácil. Suor, lágrimas, perdas, dedicação, superação, alegria, tudo se condensa numa existência única e particularíssima.
Olhar e apreender o sentido daquilo que talvez não tenha em si sentido algum; respeitar a especificidade e a importância de cada pessoa; respirar muitas vezes o ar irrespirável do caos que nos cerca; seguir em frente mesmo quando a esperança se torna rarefeita; recriar no nosso imaginário, no nosso espírito, a harmonia tão desejada; ressignificar e perseverar sempre!
Uma leve brisa sopra ao pôr do sol. O expediente termina, a noite cai, todos procuram pelo aconchego de um lar. Durante a madrugada, chove torrencialmente. E, em certo momento, o silêncio se faz absoluto. De repente, o despertador toca, a casa começa a criar vida novamente – a jornada continua.


fevereiro 19, 2017 No Comments
Tristes laudas de meu último desespero:
a noite chega
o livro finda
a busca cessa
Tudo se assemelha a um intenso nevoeiro...
a marca de uma lágrima
o gosto amargo de uma derrota
o sorriso revigorante de um recomeço
Vagas lembranças de um passado incerto;
dunas que se moldam ao bel-prazer dos ventos.



fevereiro 19, 2017 No Comments
Voltar
Ver Mais

Compartilhe:

Postagens mais visitadas

  • Um pouco mais de poesia
    A vida pode ser mais do que isso, mais do que dores e cansaço, mais do que política e descaso. Há de haver um compromisso, uma vonta...
  • Escriba moderno
    Tabuletas de argila, pergaminhos esquecidos, códices medievais, livros impressos, eis um mundo redescoberto. Jornais, revistas...
  • Encontros e Despedidas
    você veio com o vento chegou de mansinho sem que eu percebesse preencheu os espaços vazios acendeu todas as luzes fez o que queri...
  • Nepente
    Olvidar a angústia que me rasga a pele, a sensação de que algo me persegue, deixar para trás a memória, a vida, sonho. Não há muit...
  • Debacle
    Quero escrever algo que soe sincero, que não tenha cara de interpretação, de algo forçado, calculado, ensaiado. Quase posso tocar ...
  • Palimpsesto
    Na face oculta do medo, há um ódio arraigado prestes a eclodir. Quando palavras sem sentido, cicatrizes invisíveis, ressentimentos...
  • Infelicidade
    Uma ânsia maldita por perder-se em alguém, encontrando assim algo que tenha algum brilho, mesmo que parco, em meio a um mundo opaco de afet...
  • Fogo na Alma
    Explosão de cores, sons e sensações: algo aconteceu em mim. Não me sinto mais o mesmo; o espelho reflete uma estranha imagem. Esto...
  • Fino Amor
    Teodolinda, Leonor, Heloísa, iluminuras de um passado descontente, doutas mulheres de uma ímpar tessitura, fazedoras de sonhos e sofr...
  • No Jardim de Vênus
    Linda, linda moça, ouça o seu coração! Saiba que não há amanhã, não há caminho de volta. Aqui uma conversa moderna : você é minh...

Postagens recentes

Pesquisar este blog

Sobre mim

Espero que o conteúdo deste blog seja útil e agradável para todos os que aqui adentrarem. Desde já, muito obrigado por sua visita. Volte sempre! (Fulvio Denofre)

Arquivo do Blog

  • ►  2024 (2)
    • ►  outubro (2)
  • ►  2023 (21)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (1)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (5)
    • ►  julho (1)
    • ►  maio (4)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (2)
  • ►  2022 (13)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (4)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (4)
  • ►  2021 (26)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (12)
    • ►  abril (2)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2020 (29)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (4)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (2)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2019 (99)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (17)
    • ►  outubro (5)
    • ►  setembro (2)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (8)
    • ►  março (14)
    • ►  fevereiro (18)
    • ►  janeiro (28)
  • ►  2018 (43)
    • ►  dezembro (14)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (1)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (8)
    • ►  janeiro (9)
  • ▼  2017 (26)
    • ▼  dezembro (2)
      • Homo Sapiens
      • O Fracasso da Razão
    • ►  novembro (1)
      • Loucuras Opostas
    • ►  outubro (1)
      • Sopro Vital
    • ►  setembro (3)
      • Terra arrasada
      • Dessacralização
      • Musa
    • ►  agosto (2)
      • O Peso da Liberdade
      • Arco-celeste
    • ►  julho (1)
      • Animal desgarrado do bando
    • ►  junho (10)
      • acasOcaso
      • Epígrafe:
      • Sofrimento
      • Conservar é preciso!
      • A visceralidade da Vida
      • Estado de arrefecimento
      • Sentimento do Mundo
      • Entropia..
      • Perdição
      • Quatro hipócritas e um bar
    • ►  maio (1)
      • Dedicatória
    • ►  abril (1)
      • Saindo de si mesmo para se reencontrar
    • ►  março (2)
      • Vida e Sentido
      • Espiritualidade sem religião é possível?
    • ►  fevereiro (2)
      • Horizonte
      • História
  • ►  2016 (79)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (24)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (7)
    • ►  março (20)
    • ►  fevereiro (5)
    • ►  janeiro (4)
  • ►  2015 (48)
    • ►  dezembro (6)
    • ►  novembro (11)
    • ►  outubro (8)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (2)
    • ►  fevereiro (4)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2014 (73)
    • ►  dezembro (10)
    • ►  novembro (7)
    • ►  outubro (22)
    • ►  setembro (23)
    • ►  agosto (11)
  • ►  2012 (2)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (1)
  • ►  2011 (4)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (2)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2010 (30)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (6)
    • ►  setembro (5)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (12)

Marcadores

Aforismos Arte Brasil Cinema Contos Devaneio Ela Friends Intertextualidade Mensagens Música Realismo Reflexões Romantismo

Created with by ThemeXpose